Tela de Matisse roubada há 25 anos é recuperada em Londres

Um quadro do francês Henri Matisse (1869-1954) roubado há mais de 25 anos em Estocolmo, foi recuperado em Londres pouco antes do Natal passado. Um colecionador polonês tentou vender a tela "Le Jardin", obra de 1920, a um galerista londrino.

Desconfiado da procedência da peça, Charles Roberts, da casa Charles Fine Art, procurou a obra na base de dados do Art Loss Register, o maior banco de informações sobre arte roubada no mundo, e então acionou a polícia.

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	"Le Jardin", tela de 1920 do artista francês Henri Matisse, que foi recuperada após 25 anos

"Não sabemos onde essa tela esteve nas últimas duas décadas", disse à Folha Christopher Marinello, investigador do caso no Art Loss Register. "Sabemos só que a obra está em boas condições, com alguns danos na moldura, mas temos como reparar, porque os fragmentos que se quebraram estão num envelope colado atrás da tela."

Avaliada em cerca de R$ 2 milhões, a tela está agora em poder da Art Loss Register, em Londres, e deverá ser levada ao Museu de Arte Moderna em Estocolmo nas próximas semanas. Outra possibilidade é que o quadro seja entregue à embaixada sueca.

Marinello disse que o valor da obra foi estimado pelo museu de onde a peça foi roubada, mas discorda do valor.

"Em geral, os nus femininos de Matisse são suas obras mais caras. Essa é uma paisagem, mas acho esse número muito conservador, foram modestos nessa avaliação."

"Le Jardin" foi alvo único do assalto ao Museu de Arte Moderna de Estocolmo. Em maio de 1987, ladrões arrombaram a entrada principal do museu com uma marreta e desparafusaram a tela de seu suporte, fugindo em seguida.

Marinello conta que há ainda cerca de 200 obras de Matisse perdidas hoje no mundo, alvos de roubos e furtos.

Em outubro passado, outro Matisse, "La Liseuse en Blanc et Jaune", de 1919, foi levado do Kunsthal, em Roterdã, e ainda não foi recuperado. "Pastoral", tela do artista de 1905 avaliada em R$ 43 milhões, foi levada do Museu de Arte Moderna de Paris em 2010 e continua perdida.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o caso de "Le Jardin" é uma exceção ao que costuma acontecer com obras de arte roubadas.

Julian Radcliffe, também do Art Loss Register, afirmou à reportagem em outubro, quando do roubo em Roterdã, que, de acordo com estatísticas, só 20% das peças são recuperadas em média, e isso depois de mais de 20 anos.