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China vira terra fértil de plágios na arquitetura
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SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Quando for inaugurado o novo centro comercial em forma de enormes calombos desenhado pela arquiteta Zaha Hadid em Pequim, seu projeto já terá sido clonado em Chongqing, no sul da China.
Enquanto corre a construção na capital, arquitetos da metrópole emergente copiaram suas plantas e prometem concluir a réplica do projeto antes mesmo do original.
Da mesma forma que chineses já copiaram até nos últimos detalhes a vila austríaca de Hallstatt, a torre Eiffel, a Casa Branca, o Capitólio, o "skyline" de Manhattan e até a capela de Ronchamp, de Le Corbusier, Hadid é a mais nova vítima da indústria do plágio arquitetônico que domina a China contemporânea.
Cidades inteiras nos arredores de Xangai recriam bairros parisienses, o entorno do Tâmisa, em Londres, e até os subúrbios de Los Angeles.
"Está surgindo uma nova economia da cópia na China. Não estamos falando de bolsas ou sapatos", analisa Bianca Bosker, jornalista norte-americana que está lançando um livro sobre o que chama de "duplitetura" chinesa.
"Existe uma longa tradição da cópia entre os chineses. Imperadores reconstruíam palácios de inimigos conquistados para demonstrar superioridade. Copiar não é malvisto, tem a ver com mostrar habilidade técnica. Esses prédios são todos monumentos ao milagre econômico deles."
Mas nem sempre os monumentos resistem. Em defesa do original de Le Corbusier, a fundação que cuida do espólio do arquiteto franco-suíço levou o caso à Justiça e obrigou os chineses a demolirem a cópia da capela de Ronchamp, que na China funcionava como uma churrascaria.
Segundo o jornal "The Guardian", Zaha Hadid também quer levar seus copistas a julgamento nos tribunais.
Num caso mais feliz, a reprodução da vila de Hallstatt ganhou a simpatia da verdadeira, e o prefeito austríaco firmou uma parceria com a gêmea chinesa em Guangdong para reforçar o fluxo de turistas rumo à original.
"Essas gêmeas idênticas, cada uma de um lado do mundo, acabaram forjando laços", diz Sam Jacobs, arquiteto britânico que estuda o caso dos clones arquitetônicos. "Isso leva a uma diplomacia que se dá fora dos canais políticos tradicionais."
Jacobs, aliás, enxerga o fenômeno das cópias fora da China. Ele lembra a casa de vidro de Philip Johnson, cópia de um projeto de Mies van der Rohe que ficou pronta antes do original (ambos nos EUA), e a réplica do Vaticano construída na Costa do Marfim.
Mas enquanto a reprodução africana também funciona como basílica, chineses subvertem ícones do poder. Segundo Bosker, "existe uma simbologia forte em viver numa Casa Branca transplantada para um subúrbio chinês".
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