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27/01/2013 - 03h21

Documentário revê obra de Joel Silveira, tido como um dos maiores jornalistas do Brasil

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MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Mulheres requintadas "como as orquídeas que nascem de dezenas de enxertos", desfilando nos "salões carcamanos" da avenida Paulista, em "noites lanteloujantes" em plena época de guerra.

"Garrafas ao Mar" mescla documentário e reportagem sobre Joel Silveira
Opinião: Joel Silveira foi melhor que o repórter americano Gay Talese

Foi com a descrição ácida dos costumes do "high society" paulistano no começo da década de 1940 que o sergipano Joel Silveira (1918-2007) ganharia um apelido para toda vida, dado por Assis Chateaubriand: "a víbora".

A reportagem, "Grã-finos em São Paulo", publicada na revista "Diretrizes" (em 1943), de Samuel Wainer, serviria como arranque para uma das carreiras mais bem sucedidas da história do jornalismo brasileiro.

Walter Ennes/Folhapress
Escritor e repórter Joel Silveira em foto tirada de 1979
Escritor e repórter Joel Silveira em foto tirada de 1979

Joel Silveira, que teve mais de 20 livros publicados, é o personagem do primeiro documentário produzido pela Globo News, que vai ao ar no próximo sábado (2), às 20h30, com reprise no domingo, às 10h30.

Segundo Eugenia Moreyra, diretora da emissora, o objetivo é estrear mais um documentário ainda neste ano.

"Garrafas ao Mar - A Víbora Manda Lembranças" foi escrito e dirigido por Geneton Moraes Neto, ex-editor executivo do "Jornal Nacional" e geral do "Fantástico", que atualmente realiza entrevistas para o programa "Dossiê", da Globo News.

Joel, que acompanhou os pracinhas brasileiros cobrindo a Segunda Guerra, é expoente do gênero "jornalismo literário", dentro de uma linhagem de grandes reportagens inaugurada por Euclides da Cunha, com o seu magnífico "Os Sertões", publicado em 1902.

"Tomara que o documentário funcione como espécie de manifesto pela volta de um 'jornalismo autoral', que infelizmente perdeu espaço na imprensa de hoje. Lutar por ele é lutar por um Brasil menos medíocre", diz Geneton.

"Figuras como Darcy Ribeiro e Paulo Francis --capazes de incendiar a mesmice com ambições originais para o Brasil--, fazem uma falta imensa. A mediocridade e despolitização me assustam. Há uma certa síndrome de frigidez editorial", acrescenta.

 

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