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07/02/2013 - 03h05

Brasília recebe mostra de artista Cai Guo-Qiang, expoente da China

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JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Um pequeno exército chinês, composto de aviões, helicópteros, naves espaciais, robôs e submarinos, invadiu a capital do Brasil.

Crítica: em São Paulo, Ai Weiwei mostra importância de artista como provocador

De lata, plástico ou madeira, com fios retorcidos, as engenhocas compõem a primeira exposição solo no Brasil de Cai Guo-Qiang, chinês radicado em Nova York.

Andre Borges/Folhapress
Cai Guo-Qiang diante de sua obra feita com pólvora, no CCBB de Brasília
Cai Guo-Qiang diante de sua obra feita com pólvora, no CCBB de Brasília

Responsável pelo show de fogos de artifício da Olimpíada de Pequim, em 2008, o artista expõe até 31 de março em Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil e no Museu Nacional dos Correios.

A mostra ainda segue para São Paulo (em 20 de abril) e Rio de Janeiro (21 de julho).

Apesar de girar o mundo com dezenas de robôs e aviões, Cai --pronuncia-se "tsai"-- não é autor das peças.

Grande parte delas foi feita por camponeses da China e colecionada pelo artista na última década, caso do robô que puxa uma carroça.

É o que explica o nome da exposição, "Da Vincis do Povo", e a meta de Cai: valorizar o que acaba marginalizado com a modernidade. "A ideia é sublinhar a criatividade individual dos chineses e mostrar a busca da liberdade e do sonho", diz o artista.

Outro grupo de máquinas foi elaborado por inventores amadores a pedido de Cai.

Caso dos robôs que pintam telas com respingos típicos da obra de Jackson Pollock (1912-1956) ou como as bolas coloridas feitas pelo britânico Damien Hirst. Essas telas "originais chinesas" estarão à venda por R$ 50.

Se algumas das engenhocas de Cai têm aplicação clara, como ajudar o homem na lavoura, outras nem precisam funcionar para ganhar o museu. Como diz o slogan da exposição, "o que é importante não é se você pode voar".

Basta tentar e sonhar, ensina a mostra, idealizada para uma primeira apresentação em Xangai, em 2010.

Cai defende que há uma função social em seu trabalho, mas rejeita a ideia da arte como instrumento político. Isso o diferencia do compatriota contemporâneo dissidente Ai Weiwei, que já direcionou críticas a chineses da arte como o próprio Cai.

Andre Borges/Folhapress
Porta-aviões do chinês Cai Guo-Qiang, com 20 m de comprimento por três de altura, que está exposto em Brasília
Porta-aviões do chinês Cai Guo-Qiang, com 20 m de comprimento por três de altura, que está exposto em Brasília

"Não faço arte para fazer comentários diretos, não deve ser um instrumento político. A arte pode expressar liberdades e criatividades individuais e, assim, ajudar a abrir sociedades", diz Cai.

Para Marcello Dantas, curador da exposição no CCBB, não faz sentido comparar as posições políticas dos dois artistas nem sugerir uma proximidade de Cai com o governo comunista chinês.

"Cai está longe de defender o governo. E não estamos falando de ativismo político: é arte. A transformação do indivíduo, do olhar."

Dantas vê um elo entre as engenhocas chinesas e o Brasil: a improvisação.

Outra forte ligação entre a exposição e o país é a segunda parte da mostra, que traz grandes telas com desenhos feitos de explosões de pólvora.

A técnica impressiona: o chinês direciona as explosões da pólvora, com ajuda de moldes de papelão e tijolos, para produzir mulheres sambando, oferendas a Iemanjá, fitinhas do Bonfim e outras imagens típicas brasileiras.

Essas explosões foram feitas no Brasil, especialmente para a mostra, e estão divididas entre as galerias do CCBB e o Museu dos Correios.

DA VINCIS DO POVO
ONDE CCBB Brasília (SCES, tr. 2, tel. 0/xx/61/3108-7600) e Museu Nacional dos Correios (Setor Comercial Sul, qd. 4, bl. A, tel. 0/xx/61/3213-5076)
QUANDO ter. a dom., das 9h às 21h (CCBB), e de ter. a sex., das 10h às 19h, e sáb., dom. e feriados, das 12h às 18h (Museu); até 31/3
QUANTO grátis

 

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