Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/02/2013 - 11h30

'Não dou a mínima para filmes que exploram a violência', diz Tim Robbins em Berlim

Publicidade

RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

A faceta política do 63º Festival de Cinema de Berlim mostrou sua força já na primeira entrevista oficial do júri, realizada nesta quinta-feira (7), no hotel Grand Hyatt. Apesar da mesa ser presidida por um dos cineastas mais talentosos do planeta, o chinês Wong Kar Wai, que cedeu seu "The Grandmaster" para a abertura do evento alemão, os alvos das perguntas foram a diretora iraniana Shirin Neshat, que fugiu de seu país natal em 1979, e o ator e cineasta americano Tim Robbins, conhecido por filmes políticos ou socialmente engajados como "Bob Roberts" (1992) e "Os Últimos Passos de um Homem" (1995).

Shirin, que hoje vive no Cairo, apesar de ter estudado nos Estados Unidos, já ganhou o Leão de Ouro de direção no Festival de Veneza por "Mulheres Sem Homens", em 2009, que discutia a luta pela democracia em seu país natal. Em Berlim, ela não está com nenhum filme, mas não poupou as palavras politizadas.

Kay Nietfeld/Efe
O ator Tim Robbins, na entrevista oficial do júri de Berlim
O ator Tim Robbins, na entrevista oficial do júri de Berlim

"Sou uma cineasta proibida de viajar a meu país, onde há uma crescente comunidade de artistas no meu país. O problema desse grupo de jovens diretores é ser visto. Estou curiosa para ver o que sairá daí", exaltou a artista, que precisará julgar "Pardé", novo longa do conterrâneo Jafar Pahani, mantido em prisão domiciliar em Teerã. "Vamos julgá-lo por seus méritos artísticos e não políticos", garantiu Shirin.

Já Robbins manifestou-se contra o uso da violência estilizada em Hollywood, assunto em pauta nos Estados Unidos. "Eu não dou a mínima para filmes que exploram a violência e explodem cabeças como forma de diversão", afirmou o ator. "Os artistas deveriam ser encorajados a mostrar a violência de forma realista e como ela afeta a vida das pessoas. Há importantes histórias a serem contadas sobre o tema, mas há uma linha que não devemos cruzar correndo o risco da violência virar pornográfica."

Apesar do discurso, Robbins também criticou o partido republicano americano e sua cruzada para manter a venda em massa de armas de fogo no país. "Eu diria para meus amigos da Direita, que gostam de caçar com armas automáticas, para aprender a atirar melhor e usar uma simples espingarda", alfinetou o ator.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página