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15/02/2013 - 05h20

Ator venezuelano Édgar Ramírez evita clichês de Hollywood

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IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO

Quando criança, Édgar Ramírez queria num dia ser astronauta, no outro padre e quem sabe até médico.

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Mas foi como jornalista, e mais tarde como ator, que encontrou um sentido na vida.

Divulgação
Édgar Ramírez e Juliette Binoche no drama francês "De Coração Aberto", da diretora Marion Laine
Édgar Ramírez e Juliette Binoche no drama francês "De Coração Aberto", da diretora Marion Laine

"Queria fazer algo que me desse acesso a novas culturas e pessoas interessantes", conta Ramírez, que está em duas estreias desta semana, o drama francês "De Coração Aberto" e o thriller político "A Hora Mais Escura".

No primeiro, ele vive um cirurgião alcoólatra em pé de guerra --e devotamente apaixonado-- por sua mulher (Juliette Binoche), que engravida numa tentativa desesperada de salvar o casamento e o próprio marido.

Já no longa da diretora Kathryn Bigelow, o ator é um agente da CIA que ajuda a localizar uma fonte que pode levar a Osama bin Laden.

Um dos "it boys" de Holly-wood no momento, o venezuelano de 35 anos tem um bom dedo para personagens que vão além de apenas um rosto bonito --e sabe disso.

"Tento fugir de papéis unidimensionais, sem camadas", diz o ator à Folha.

Fluente em cinco línguas --francês, inglês, alemão e italiano, além do espanhol natal--, Ramírez ficou conhecido em 2010, na pele de Carlos, o Chacal, militante acusado de assassinar agentes da inteligência francesa e um dos guerrilheiros mais notórios do mundo.

Pelo papel na minissérie "Carlos", recebeu o prêmio César de ator promissor, além de uma indicação ao Globo de Ouro. E sua carreira como ator finalmente deslanchou.

"Nunca pensei em fazer carreira na área artística, precisei de um empurrão de um dos meus mentores", lembra.

Ramírez se refere ao mexicano Guillermo Arriaga, roteirista de "Babel". No fim da década de 1990, ele convidou o então jovem universitário para o cult "Amores Brutos" --que revelou Gael García Bernal--, mas ouviu um não, já que Ramírez se preparava para um mestrado nos EUA.

"Poderia ter sido você, idiota", lembra Ramírez, aos risos, sobre o "conselho" do amigo. Depois disso, decidiu deixar de lado o trabalho como jornalista e passou a se dedicar à atuação, desde papéis em telenovelas venezuelanas a pontas em filmes como "Ultimato Bourne".

"Tenho sorte de poder participar de projetos que, mais do que filmes importantes, são filmes que fazem as pessoas pensarem, dão novas perspectivas sobre algo."

Um desses projetos é o papel principal de "Libertador", a cinebiografia de Simón Bolívar, herói latino-americano, que estreia neste ano.

"Ser latino é uma vantagem para mim, pois tenho acesso a muitos personagens", diz Ramírez. "O clichê não é um latino vivendo um latino, clichê não tem nacionalidade, é um problema de filmes sem profundidade."

Envolvido em trabalhos humanitários, Ramírez diz ver como um privilégio ter acesso à mídia para divulgar seus projetos, mesmo que a persona pública lhe traga situações chatas, como os rumores de que estaria namorando a colega Jessica Chastain (o que ele nega, aliás).

"No fim, desde criança, ao tentar ser algo diferente todos os dias, sabia que estava interpretando personagens. Me sinto muito sortudo por tudo que aconteceu comigo", diz o ator, jornalista e ex-futuro astronauta e padre.

*

RAIO-X
ÉDGAR RAMÍREZ

VIDA
Nasceu em 25.mar.1977, em San Cristóbal (Venezuela). É formado em comunicação e trabalhou como jornalista

CARREIRA
Começou atuando em novelas. Ficou famoso após viver Carlos, o Chacal, em série. Está em "De Coração Aberto" e "A Hora Mais Escura". Será Simón Bolívar em "Libertador"

 

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