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23/02/2013 - 04h11

Crítica: "O Dobro ou Nada" é insípido ao retratar o mundo das apostas

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ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A filmografia de Stephen Frears tem altos --"Minha Adorável Lavanderia" (1985), "Ligações Perigosas" (1988)-- e baixos --"O Segredo de Mary Reilly" (1996)--, mas o diretor inglês nunca tinha atingido um nível tão baixo antes deste "O Dobro ou Nada".

Ambientado em Las Vegas, a comédia trata do mundo das apostas esportivas. O tema pode ser interessante, mas foi desperdiçado pela abordagem superficial de Frears, que deixou de lado duas características marcantes de sua obra: a sátira e a crítica social.

O roteiro se baseia nas memórias da escritora e jornalista Beth Raymer, que narra suas experiências na indústria do sexo, no boxe amador e nas apostas esportivas.

Divulgação
Catherine Zeta-Jones e Rebecca Hall em cena do filme "O Dobro ou Nada"
Catherine Zeta-Jones e Rebecca Hall em cena do filme "O Dobro ou Nada"

Cansada de tirar a roupa diante de tipos esquisitões na obscura Tallahassee, na Flórida, Beth (Rebecca Hall, de "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen) decide tentar a sorte em Las Vegas.

Na meca do vício, ela vai trabalhar com Dink (Bruce Willis), um "bookmaker" neurótico que aposta em corridas de cavalos e automóveis, lutas de boxe, partidas de basquete e de futebol americano. Supersticioso, Dink não demora a concluir que a jovem lhe traz sorte nas apostas.

Com um sorriso permanente no rosto, vestindo mini-shorts e botas, Rebecca Hall compõe uma falsa ingênua. Afetada e irritante, ela grita, salta e gesticula como se estivesse tomada por uma excitação constante que resulta por demais artificial.

Neste festival de inconsistências, não surpreende que a história romântica entre Beth e o almofadinha Jeremy (Joshua Jackson), na segunda parte, soe postiça.

Outro exemplo de personagem pouco convincente é Tulip (Catherine Zeta-Jones), a mulher de Dink, uma showgirl aposentada. Frívola e carrancuda, Tulip não vai além do ciúme que nutre por Beth. Já Bruce Willis contribui como habitual canastrão.

Insípido e sem ritmo, o roteiro está cheio de diálogos insossos e tem passagens confusas para os não iniciados no mundo das apostas. Pior do que a mediocridade do roteiro é a passividade de Frears ao filmá-lo.

O DOBRO OU NADA
DIREÇÃO Stephen Frears
PRODUÇÃO EUA/Reino Unido, 2012
ONDE Anália Franco UCI e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO péssimo

 

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