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11/03/2013 - 08h53

Leitura de contos ganha força em tablets e celulares

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LESLIE KAUFMAN
DO "NEW YORK TIMES"

As coletâneas de contos, gênero que é "primo" literário dos romances e com frequência não é devidamente apreciado, estão vivendo um renascimento, graças a opções digitais que oferecem novas oportunidades criativas, exposição e receita.

O ano de 2013 já rendeu uma rica safra de coletâneas de contos, incluindo "Tenth of December", de George Saunders, que em pouco tempo chegou às listas dos mais vendidos. Muitas das coletâneas recentemente publicadas não são de autores como Saunders, que sempre deram preferência aos contos, mas de autores de romances best-sellers que estão retornando a esse gênero.

Entre os lançamentos recentes e iminentes estão "Vampires in the Lemon Grove", de Karen Russell, cujo romance "Swamplandia" (2011) foi um dos finalistas para o Prêmio Pulitzer, "Damage Control", primeiro livro de contos de Amber Dermont, cujo romance "The Starboard Sea" foi um dos mais vendidos de 2012, e a coletânea de contos "We Live in Water", de Jess Walter, que lançou seu romance best-seller "Beautiful Ruins" em 2012.

"É o clímax de uma tendência que cresce há cinco anos", comentou Cal Morgan, diretor editorial da Harper Perennial Originals.
Com revistas literárias sendo fechadas ou encolhendo, os lugares tradicionais de publicação de contos individuais vêm diminuindo. Mas a internet criou uma demanda insaciável.

A Amazon criou em 2011 o programa Kindle Singles, para a publicação de textos de ficção e não ficção suficientemente curtos para serem lidos em menos de duas horas.

Embora os preços cobrados pelos textos sejam geralmente baixos, um ou dois dólares, os autores ficam com até 70% dos royalties --uma fonte de receita bem-vinda para os autores novatos e potencialmente grande para autores conhecidos.

Segundo escritores, o formato mais curto cabe bem nas telas pequenas que, cada vez mais, as pessoas usam para fazer suas leituras. "O conto é um exemplo de concisão: pode ser lido de uma só vez, é infinitamente descarregável e é facilmente consumido nas telas", disse Dermont.

Além disso, acrescentou, o conto é um gênero perfeito para a era digital, pois os leitores "querem se conectar e querem que a conexão seja intensa, mas depois disso querem fazer outra coisa".

A possibilidade de vender contos e coletâneas individuais é uma grande atração para os autores. Quase todos os contos do livro "Tenth of December", de Saunders, já tinham sido publicados antes, mas isso não parece ter prejudicado as vendas.

Andy Ward, o editor que comprou o livro para a Random House, disse que colegas de outras editoras dizem que as vendas dos contos de Saunders os estão deixando animados.

Morgan comentou que o fato de ter passado anos editando textos para um blog dedicado à ficção em formato curto lhe mostrou que a comunicação digital está influenciando os escritores que estão chegando à maioridade.

"As pessoas dessa geração estão acostumadas a trocar mensagens de texto 24 horas por dia", disse. "Acho que isso deixa seus textos mais ousados e enxutos."

 

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