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Bailarina de Porto Alegre é estrela nos EUA
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GIA KOURLAS
DO "NEW YORK TIMES"
Carla Körbes tinha apenas 14 anos quando dançou o papel de Terpsícore no balé "Apollo", de George Balanchine. Essa performance em sua escola de balé em Porto Alegre mudou sua vida. Seu parceiro, vindo do New York City Ballet, era ninguém menos que o refinado primeiro bailarino, Peter Boal.
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"A coisa linda de ser tão jovem é não ter muito conhecimento do mundo", comentou Korbes, de Seattle, onde é hoje a primeira bailarina do Pacific Northwest Ballet, de Boal. A companhia abre temporada no City Center em 13 de fevereiro. "Peter Boal era um astro, e eu nem sabia."
Hoje Körbes tem 31 anos e também é uma estrela, reconhecida como uma das bailarinas mais notáveis da América. "O que surpreende todo mundo em Carla é que está tudo ali", Boal comentou.
Stuart Isett/The New York Times | ||
A brasileira Carla Korbes em ensaio em Seattle para o espetáculo "Romeu e Julieta" |
Na época em que se conheceram, Körbes não falava inglês. O voo de Boal atrasara, de modo que ele chegou no meio do ensaio geral.
"Vesti meu figurino de ensaio, demos uma passada no 'pas de deux' de 'Apollo', e foi a parte mais perfeita do ensaio", lembra Boal.
Ele recomendou que Körbes fosse estudar em Nova York, coisa que ela fez. Ela tornou-se aluna da School of American Ballet, filiada ao City Ballet. Em 2000, ingressou na companhia e ficou nela até 2005, tornando-se solista.
MUDANÇA ARRISCADA
Naquele ano ela deixou o City Ballet para entrar no Pacific Northwest Ballet, depois de Boal ter sido nomeado diretor artístico da companhia.
Para Körbes, trocar os holofotes de Nova York por Seattle foi uma aposta no escuro. Mas ela estava em busca de algo diferente da fama.
Sob Peter Boal, ela dança um repertório diversificado que inclui clássicos como "Giselle", obras contemporâneas e clássicas de Alexei Ratmansky e David Dawson, e obras-primas de Balanchine, como "Apollo", que ela vai dançar no City Center.
"No final, fui pelo desejo artístico de continuar a crescer", contou ela.
O primeiro papel de Körbes no Pacific Northwest foi na "Sinfonia em Três Movimentos", de Balanchine, como semissolista "Me recordo dela tão assertiva e focada quanto já a vi em qualquer outro momento", comentou Boal.
"No fim da semana, ela dançou o papel principal. Eu a chamei para 'Diamonds' na mesma hora e para 'Artifact II', de William Forsythe. Não perdemos muito tempo."
Embora Carla Körbes já tenha se apresentado com o Pacific Northwest em Nova York, agora será uma oportunidade de conferir seu amadurecimento.
Korbes também está tentando ampliar sua atuação para além do Pacific Northwest Ballet. Ela aparece num curta-metragem do fotógrafo Patrick Fraser e vai viajar com o Royal New Zealand Ballet, dirigido por Ethan Stiefel, para dançar em "Lago dos Cisnes" este ano.
Körbes disse também que adoraria voltar ao City Ballet como artista convidada. "Talvez no City Ballet, naquele momento de minha vida, eu teria precisado ser um pouco mais forte emocionalmente. Deixar a companhia foi a coisa certa a fazer. Agora, sinto que seria diferente. Se eu tivesse sabido, na época. Mas eu não sabia. Era jovem."
Tradução de CLARA ALLAIN
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