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15/03/2013 - 03h07

Seleção de escritores que representará Brasil na Alemanha tem estilos variados

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RAQUEL COZER
COLUNISTA DA FOLHA
MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO

É um dos momentos mais difíceis da organização dos países convidados de honra da Feira do Livro de Frankfurt, costuma dizer Juergen Boos, o presidente do maior evento editorial do mundo.

Para governo brasileiro, viagens de autores são estratégicas

A seleção de autores levados pelo governo para representar o país na feira sempre dá margem a críticas -afinal, é o time cuja obra, na teoria, o país chancela como representativo de sua produção.

Na quinta-feira (14), o comitê organizador da participação brasileira divulgou, em evento na Alemanha, os 70 escritores que viajarão a convite do Ministério da Cultura para a Feira de Frankfurt, em outubro.

É uma seleção ampla, que inclui best-sellers (Paulo Coelho, Mauricio de Sousa), imortais (João Ubaldo Ribeiro, Ana Maria Machado), poetas celebrados pela crítica e com leitores restritos (Francisco Alvim, Alice Ruiz), historiadores (José Murilo de Carvalho, Lilia Schwarcz) e a nova geração (Daniel Galera, Michel Laub), entre outros (veja nesta página a lista completa).

É perceptível a intenção de selecionar autores de todo o país, de ambos os sexos e de estilos variados, embora, no geral, a cara do Brasil em Frankfurt seja a de um ficcionista homem de mais de 50 anos e morador do eixo Rio-São Paulo --reflexo, é possível dizer, da concentração do mercado nacional na região.

A curadoria foi realizada por Manuel da Costa Pinto, colunista da Folha, Antonio Martinelli, do Sesc-SP, e Maria Antonieta Cunha, da Fundação Biblioteca Nacional.

Galeno Amorim, presidente da Biblioteca Nacional e do comitê organizador da participação brasileira --por cujo crivo passaram os nomes--, diz que "não se deve confundir com a lista de jogadores da seleção brasileira".

"Quisemos contemplar a diversidade e a pluralidade da leitura e da literatura no país", disse ele na quinta-feira (14), por telefone, à Folha --estava na Feira de Leipzig, evento alemão que abre as comemorações dessa espécie de "ano do Brasil em Frankfurt".

Houve discordâncias, é claro, de autores que ficaram de fora, como João Silvério Trevisan, Marcelo Mirisola e João Paulo Cuenca -embora este último tenha elogiado a lista.

"A lista é muito boa e estou feliz com o trabalho da FBN; meus dois romances publicados na Alemanha estão lá graças a bolsa de tradução. Só estranho a curadoria ter ignorado um autor com dois romances em alemão. Mas sei como é complicado fazer uma lista", diz Cuenca.

"Tinha praticamente certeza de que não seria escolhido. Não faço parte da lista de autores privilegiados brasileiros", afirma Trevisan, que já foi traduzido para Alemanha, Espanha e Inglaterra, um dos critérios para a seleção do comitê. "Esse tipo de lista privilegia quem está na mídia, quem é da Companhia das Letras, dos grupos universitários. Faz muito tempo que o valor da obra não significa nada."

Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress
 

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