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13/04/2013 - 03h55

Crítica: "Alvo Duplo", com Stallone, não é o filme policial que se esperaria de Walter Hill

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ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Quando será que algum diretor vai dar a Sylvester Stallone o mesmo "banho de loja" que Quentin Tarantino deu em John Travolta em "Pulp Fiction"? James Mangold bem que tentou em 1997, com "Copland", quando pôs Stallone para contracenar com Robert De Niro e Harvey Keitel em um filme sério, mas pouca gente lembra. A verdade é que o velho "Rambo" continua servindo melhor a divertidos exercícios de nostalgia "trash", como "Os Mercenários".

Quando saíram as primeiras notícias sobre "Alvo Duplo", as expectativas eram altas: Stallone seria dirigido por Walter Hill, veteraníssimo diretor de "48 Horas" e "Warriors - Os Selvagens da Noite", e o filme teria roteiro de Alessandro Carmon, do ótimo drama militar "O Mensageiro".

"Alvo Duplo", se não chega a decepcionar totalmente, não é "o" filme policial que fãs poderiam esperar de Walter Hill. Tudo parece cópia da cópia da cópia.

O modelo, aqui, é o cinema policial chinês de diretores como John Woo. E a imitação começa pelo título: o nome original, "Bullet to the Head", é praticamente idêntico ao do clássico "Bullet in the Head", de John Woo. E a tradução brasileira, "Alvo Duplo", é idêntica a de uma série de filmes policiais, também dirigida por Woo.

No filme, Stallone interpreta Jimmy Bobo (é divertido ver os personagens chamando Stallone de "Bobo"), um matador de aluguel que, nas primeiras cenas do filme, mata um corrupto ex-policial. Em retaliação, o assustador bandido Keegan (James Momoa, de "Conan" e "Game of Thrones") mata Louis (Jon Seda), parceiro de Bobo.

Bobo começa a ser investigado por um policial, Kwon (Sung Kang, de "Velozes e Furiosos"). Os dois se unem e vão atrás de Keegan e do advogado Marcus Baptiste (o sumido Christian Slater), e descobrem que eles trabalham para Robert Morel (Adewale Akinnuoye-Agbaje), um empresário com planos --nada honestos, claro-- no ramo imobiliário.

A história pouco importa. Morel poderia ser um traficante ou vendedor de armas, que não alteraria em nada o filme. O gênero policial vive de clichês, de reciclar tramas batidas e já conhecidas do público. O que falta a "Alvo Duplo" é humanidade: personagens com os quais o público se importe e que não sejam arquétipos sem alma.

De resto, sobram explosões, tiros, pancadaria, e o inescapável final em um local abandonado. Já estava na hora de Stallone, que é podre de rico e não precisa de mais bilheteria, partir para um projeto mais audacioso. Quem sabe uma parceria com Nicolas Refn ("Drive") ou com o próprio Tarantino?

ALVO DUPLO
AVALIAÇÃO regular

 

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