Festival Live N' Louder resgata bandas 'cult' do metal dos anos 1980 em SP
Em sua terceira edição, o festival Live N' Louder resgatou nomes pouco conhecidos do público em geral, mas com grande apelo entre os fãs de heavy metal no Brasil, como, por exemplo, as bandas Sodom, Metal Church, Loudness e Twisted Sister.
Os representantes principais do metal melódico foram os brasileiros do Angra. Já o southern rock foi lembrado pelo Molly Hatchet, que fez sua estreia no país.
O local escolhido foi o Espaço das Américas, na zona oeste de São Paulo, que recebeu público abaixo do esperado, porém em bom número devido à fartura de eventos internacionais na capital paulista.
Festival Live N' Louder em São Paulo
APRESENTAÇÕES
Pontualmente às 17h30, a banda norte-americana Molly Hatchet mostrou que a sonoridade criada pelos contemporâneos do Lynyrd Skynyrd e Ted Nugent poderia ser ainda mais pesada e divertida do que a da década de 1970.
Em 35 anos de carreira, o grupo ainda não tinha visitado o Brasil e, em pouco mais de 50 minutos de repertório, tocou clássicos como "Fall of the Peacemaker", "One Last Ride" e a mais conhecida de todas, "Flirtin' with Disaster". O destaque foi o visual bem característico do carismático vocalista Phil McCormack, que usou chapéu de caubói e calça jeans.
Depois, foi a vez do representante do thrash metal alemão, Sodom, desfilar o peso peculiar de suas músicas. Divulgando seu disco mais recente, "Epitome of Torture", de 2013, o grupo conseguiu animar o público durante todo o show. Formada por Thomas Such (vocal e baixo), Bernd Kost (guitarras) e Markus Freiwald (bateria) a banda tocou além de músicas novas, clássicos como "M-16", "Burst Command 'til War", "Remember The Fallen", "Blasphemer" e "Bombenhagel".
Relembrando os anos 1980, os músicos usaram cinto de balas e 'pacthes' como parte do visual.
Em seguida, o Loudness tomou o palco. Fundada em 1980 pelo guitarrista Akira Takasaki, a banda foi o primeiro grupo japonês de heavy metal a obter sucesso fora do Japão, e era mais uma atração inédita no país.
A princípio o grupo ia se apresentar com o vocalista Michael Vescera, que já cantou na banda entre 1990 e 1991 e ficou conhecido mundialmente com seu trabalho no Yngwie Malmsteen e na banda brasileira Dr. Sin.
Antes do show, porém, o humorista e ex-vocalista da banda Massacration, Bruno Sutter, entrou no palco como mestre de cerimônias e disse que, por causa de uma nevasca, Vescera não conseguiu embarcar nos Estados Unidos para vir ao Brasil. Por isso, o vocalista brasileiro da banda Hibria, Iuri Samson, que participaria do show como convidado, assumiu os vocais.
O grupo japonês alegrou os fãs mais antigos com clássicos como "Crazy Nights", "Heavy Chains" e "Soldier of Fortune".
Outra novidade do festival foi a vinda da banda de thrash metal norte-americana Metal Church, também inédita no Brasil.
O grupo teve seu auge no começo dos anos 1980 quando, após o lançamento do primeiro disco, conseguiu contrato com a gravadora Elektra graças a uma indicação dos músicos do Metallica, que ajudou a relançar o trabalho e o divulgou apropriadamente, levando o disco a vender mais de 1 milhão de cópias mundialmente.
Formado atualmente por Kurdt Vanderhoof (guitarras), Ronny Munroe (vocal), Steve Unger (baixo), Jeff Plate (bateria) e Rick van Zandt (guitarras), o grupou tocou músicas como "Ton of Bricks", "Fake Healer", "Badlands", "Beyond the Black" e "Metal Church".
Na sequência, foi o momento dos brasileiros do Angra voltarem aos palcos paulistas após um longo hiato.
Desta vez, os músicos tiveram a companhia do vocalista italiano Fabio Lione, que canta nas bandas Rhapsody of Fire e Vision Divine, e que está com o Angra atualmente, enquanto a banda procura um novo vocalista.
Como este era um show comemorativo, o repertório mesclou músicas da era Andre Matos e Edu Falaschi como, por exemplo, "Nothing to Say", "Waiting Silence", "Silence and Distance", "Gentle Change", "Millennium Sun", "Rebirth" e um medley de "Carry On / Nova Era". O destaque ficou por conta de Fabio Lione que interpretou as músicas de uma maneira única e não leu as letras em nenhum momento, o que é raro, já que ele não gravou as composições em estúdio.
Por fim, a banda norte-americana Twisted Sister foi a encarregada de fechar o festival. Em entrevista recente à Folha o vocalista da banda, Dee Snider, se dizia surpreso pelo fato de músicas lançadas no álbum "Stay Hungry" (1984), como o sucesso de "I Wanna Rock" e "We're Not Gonna Take It" ainda estarem na cabeça dos fãs. "Essas canções ganharam vida própria, estouraram no mundo inteiro. Isso me impressiona, pois esse sucesso foi além do universo do heavy metal, todos as conhecem."
O repertório foi recheado de clássicos como "You Can't Stop Rock 'n' Roll", "Stay Hungry", "We're Not Gonna Take It", "Under the Blade", "The Price", "Burn in Hell" e "I Wanna Rock".
Parte do público estranhou ver a banda sem sua famosa maquiagem, abandonada há certo tempo.
O saldo final do festival Live N' Louder foi positivo mesmo com o pouco público.
A troca entre uma banda e outra foi rápida e o cronograma do festival foi respeitado. O único senão fica pelo horário da última banda, principalmente porque muitos fãs foram de metrô e com isso acabaram sem transporte público, já que o evento terminou por volta de 1h.
A ideia do festival era confraternizar os fãs e bandas e isso foi visto em todo o evento. Bom para o público que hoje em dia tem o direito de escolher o que quer ver a cada final de semana em São Paulo.
*
Veja o setlist completo do Twisted Sister, headliner do festival:
"You Can't Stop Rock 'n' Roll"
"Shoot 'Em Down"
"Stay Hungry"
"The Beast"
"The Kids Are Back"
"I Believe in Rock 'n' Roll"
"We're Not Gonna Take It"
"The Fire Still Burns"
"We're Gonna Make It"
"Under the Blade"
"The Price"
"Burn in Hell"
"I Wanna Rock"
Bis:
"S.M.F."
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