Festa estreia com mais atrações paralelas
Os ingressos já estão esgotados para quase todas as mesas da programação principal da 11º Festa Literária Internacional de Paraty. Mas tudo bem, porque a estreia, hoje, tem eventos paralelos que permitem ao frequentador montar um cronograma cheio de debates sem nem passar pela tenda principal.
Casas como a do Instituto Moreira Salles e do Sesc trazem conversas com vários dos convidados da Tenda dos Autores, além de discussões relacionadas a mesas desta Flip, como cinema e poesia.
A estreia da Casa do Autor Roteirista, neste ano, com o diretor Luiz Fernando Carvalho e os atores José Wilker e Mariana Ximenes, é o sintoma mais recente da multiplicação dos eventos paralelos.
Surgiu da meta de Newton Cannito (coautor de "Quanto Vale ou É por Quilo?") e Thelma Guedes (coautora da novela "Cordel Encantado") de mostrar que a profissão não é só técnica. "O debate audiovisual esquece que roteirista é autor", diz Cannito.
Os dois bancaram tudo sozinhos. Alugaram uma casa e chamaram para leituras atores de quem são amigos, como Wilker e Lima Duarte -terão como pagamento só hospedagem e transporte.
No percurso, veio o apoio da Globo Universidade, que participa com uma exposição sobre Dias Gomes na casa e um debate sobre a recém-lançada novela "Saramandaia".
Para 2014, os organizadores da casa planejam ingressar na programação oficial da Flip e na Lei Rouanet, em busca de patrocínio.
PATROCÍNIO
Apoiar o evento, bancando os custos de mesas, é algo que fazem instituições como o Itaú Cultural, que estreou na programação paralela em 2011 e chegou neste ano à Tenda dos Autores -a mesa de Nelson Pereira dos Santos e Miúcha é patrocinada e foi produzida pelo instituto.
Sem apoiar oficialmente a Flip, o Instituto Moreira Salles estreou uma casa em Paraty há três anos, como forma de divulgar seu trabalho.
"É uma vitrine", diz Flávio Pinheiro, diretor-geral do IMS, que nesta edição terá seis autores da programação principal, como Daniel Galera e Nelson Pereira dos Santos.
Outros nomes da Tenda dos Autores estarão na Casa Folha (o norueguês Karl Ove Knausgard) e na programação paralela FlipMais, na Casa da Cultura (a contista Lydia Davis).
"Se você pensa que a Flip tem uma tenda para 850 pessoas, com debates reproduzidos num telão para outras mil, além de atividades para jovens e crianças, e que Paraty recebe 20 mil pessoas no evento, fica claro que há público de sobra", diz Pinheiro.
No geral, a programação extraoficial da Flip começou, tímida, no segundo ano do evento, feita por artistas locais. Em 2005, a Off Flip tinha 60 escritores. Os convidados nesta edição passam de cem.
Essa programação paralela custa R$ 50 mil à Prefeitura de Paraty, que não chega a cobrir todos os gastos. Um valor modesto perto dos R$ 8,6 milhões do orçamento da Flip neste ano, dos quais 63% vêm de recursos públicos, 27% de patrocínio não incentivado e 10% da própria Casa Azul, organizadora do evento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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