Festival de cinema leva o skate para a telona em São Paulo
Entre hoje e domingo (29), ocorre o BR2 Skate Film Festival, segunda edição do Festival de Cinema e Vídeo de Skate do Brasil.
O festival, que ocorre no Cine Olido, no Centro Cultural São Paulo e no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, exibirá curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários.
Entre os destaques estão "Pushed", de Florian Schneider (inédito no Brasil) --sobre como o esporte pode afetar a vida dos praticantes--, "Pretty Sweet", de Spike Jonze --sobre duas gangues, em um relato documental de batalhas e manobras--, além de uma retrospectiva da série "Chiclé" --vídeo magazine que nasceu em 1995 para divulgar os profissionais do skate brasileiro.
Divulgação | ||
Cena do filme 'Pushed', do diretor Florian Schneider, sobre a influência da prática do skate na vida de quatro atletas |
Também haverá uma homenagem ao skatista Bob Burnquist, com a exibição de dois filmes sobre o atleta: "Sem Limites" e "The Reality of Bob Burnquist".
Segundo Anderson Tuca, um dos curadores do evento, a mostra deste ano preferiu contemplar filmes inéditos. "Mas alguns, como no caso do "CityZen" [curta de Guilherme Guimarães sobre o skate como intervenção urbana], que já teve estreia, a gente resolveu colocar no festival pela qualidade", afirma.
Ele conta que a curadoria não quis estabelecer critérios rígidos em relação ao processo de escolha dos filmes. "Sendo um vídeo de skate tá valendo", diz Tuca.
"Estamos tentando ampliar o público destas produções", diz Helga Simões, também curadora e produtora do programa Skate Paradise, da ESPN.
Segundo ela, dependendo dos resultados da edição atual, a intenção é criar uma mostra competitiva para o ano que vem.
SKATE DOC
Outro destaque do evento é "MHSkate Doc", de Toni Carlos Dias e Chico Rodrigues, documentário sobre a fundação da pista de skate MHS Skate no Rio de Janeiro a partir da construção de rampas caseiras pelo engenheiro Mario Herdade para seus filhos, que ficaram fascinados após presenciarem um evento de skate.
A iniciativa acabaria levando à construção de uma das maiores pistas do Brasil nos anos 1990 e à criação de uma marca que desenvolveu shapes e outros produtos para o esporte.
Dias conta que foi difícil concluir a obra, que demorou quatro anos e foi realizada de forma independente. Os cineastas tentaram financiamento colaborativo, mas não conseguiram, pagando parte do equipamento de seus bolsos e recebendo incentivos da Escola de Cinema Darcy Ribeiro.
Na obra, eles mostram como o esporte depende de iniciativas individuais para se desenvolver.
O documentário acompanha a criação da pista em 1995 através de relatos e documentos e aborda um tempo em que o skate era associado à marginalização.
"A MHS teve uma importância muito grande na juventude nos anos 1990, inúmeros atores e músicos viveram aquela efervescência", diz Dias.
Segundo ele, o filme vai além do skate, retratando a história de um período de convivência entre grupos que não costumavam se bicar: moradores da zona sul, da zona norte e da Baixada Fluminense, que passaram a se encontrar na pista.
"Por ter essa linguagem universal, [o filme] poderia passar em qualquer festival do mundo, não fica segmentado ao mundo do skate", afirma.
BR2 SKATE FILM FESTIVAL
ONDE Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000); Cine Olido (av. São João, 473); Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (av. Inácio Monteiro, 6.900)
QUANDO de 24 a 29 de setembro
QUANTO R$ 1 (Cine Olido); grátis (CCSP e Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes)
PROGRAMAÇÃO veja completa no site do evento
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