Professor de cinema Lisandro Nogueira vai dirigir Cinemateca
O novo diretor da Cinemateca será Lisandro Nogueira, professor de cinema da Universidade Federal de Goiás. A escolha foi confirmada à Folha pelo Ministério da Cultura, ao qual a instituição é subordinada. Ele deve assumir o cargo no início de novembro.
A Cinemateca é responsável pela preservação do patrimônio audiovisual brasileiro, mas vive uma crise administrativa desde janeiro, quando o então diretor, Carlos Magalhães, foi exonerado pelo ministério. Desde então, a pasta suspendeu repasses à instituição e quase metade de seus funcionários foram demitidos.
Em protestos, funcionários da Cinemateca dizem que acervo da instituição está em risco
Conselho da Cinemateca nomeia candidatos à direção da instituição
Nogueira, 53, é professor de cinema da Universidade Federal de Goiás, com mestrado em cinema e televisão pela ECA-USP e doutorado em cinema e jornalismo pela PUC/SP. Ele escreveu o livro "O Autor na Televisão" (Edusp e Editora UFG). Consultor do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), mantém um site sobre cinema.
Arquivo pessoal | ||
O professor de cinema da UFG Lisandro Nogueira, que foi escolhido como o novo diretor da Cinemateca |
Nogueira foi informado da decisão pelo ministério na manhã desta quarta-feira (2).
"Minha prioridade será a digitalização do acervo", diz Nogueira, que já foi responsável pela digitalização de material audiovisual e impresso de redes de televisão e jornais do Centro-Oeste.
"Numa lista extremamente qualificada, não foi fácil a escolha. Com vasto currículo e larga experiência na área, o professor Lisandro Nogueira saberá conduzir a Cinemateca, no seu papel de relevância nas artes cinematográficas", afirmou, em nota, a ministra Marta Suplicy.
Na última segunda-feira (30), Marta recebeu do Conselho da Cinemateca uma lista com quatro possíveis nomes para dirigir a instituição. Além de Nogueira, figuravam também a professora de sociologia da Unesp Anita Simis, a jurista Célia Whitaker e a atual diretora interina, Olga Futemma.
O Conselho havia contratado uma empresa "head hunter" (caça talentos), a Heidrick & Struggles, para chegar aos nomes escolhidos.
"A premissa básica vai ser vencer esses problemas e a partir daí renovar a Cinemateca, 'reconstruir', dar a ela uma vida nova", afirmou Nogueira. "Só falo sobre funcionários quando tomar pé [da situação]."
Está em curso uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União) nos convênios entre o ministério e a SAC (Sociedade Amigos da Cinemateca), organização sem fins lucrativos que dá apoio à gestão da Cinemateca.
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