Coreografias criadas para serem baixadas ou vistas na tela são novas opções de registro
Se você não vai à dança, a dança vai até você.
Em tempo real, a galeria britânica Tate Modern transmite performances criadas especialmente para a web em sua página no YouTube, BMW Tate Live (youtube.com/user/tate/tatelive ).
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Os trabalhos podem ser vistos em live streaming durante a apresentação na galeria ou, para quem perdeu a chance, nos arquivos da página da Tate.
O vídeo atualmente na home é um dueto criado por Daniel Linehan, em que os movimentos dos bailarinos conversam com frases projetadas nas paredes do espaço da performance. A apresentação ao vivo foi no último dia 12.
Nos arquivos, há criações que foram apresentadas há mais tempo, como a coreografia de 2012 de Pablo Bronstein, "Constantinople Kaleidoscope" (veja abaixo).
Assista ao vídeo em tablets e celulares
Vale a pena digitar tanta letrinha. Bronstein, coreógrafo argentino radicado em Londres, montou uma cenografia especial para o evento, com espelhos refletindo os movimentos dos bailarinos e, em certos momentos, a própria equipe da filmagem.
A concepção se encaixa no que se chama de videodança, movimento surgido nos anos 1970 que começou a usar as filmagens não só como registro das coreografias mas também como elemento da criação. Assim, o zoom da câmera ou os cortes da montagem mudam a forma de se ver o corpo que dança.
Essa combinação de linguagens faz toda a diferença, segundo o cineasta paraibano Paulo Caldas ("Baile Pefumado"), que já trabalhou com videodança. "Se for apenas registro de uma coreografia criada para o palco, pode ser lindo, mas nunca é tão bom como o visto ao vivo", afirma.
Já a coreografa e artista multimídia Sheila Ribeiro afirma que, hoje em dia, não faz sentido diferenciar o que foi criado para o espaço físico ou para o virtual. "Se o movimento faz sentido para quem vê, pode ser acessado por qualquer meio", diz.
Movendo-se entre as ideias de coreografia feita especialmente para vídeo e movimentos clássicos de palco, a britânica Crystal Ballet (crystalballet.com) lançou na internet o espetáculo "Genesis".
Dançado por bailarinos da Royal Opera e do English National Ballet, o espetáculo pode ser comprado no iTunes.
Divulgação | ||
Os bailarinos Vadim Muntagirov e Daria Klimentová, da companhia britânica Crystal Ballet, dançam 'Genesis' |
"Um ingresso para balé pode custar mais do que 50 libras. Baixar 'Genesis' custa só 15 libras e você terá grandes bailarinos em seu dispositivo eletrônico, quantas vezes quiser, em qualquer lugar", anuncia a companhia.
Menos "móvel", mas também em domicílio, há dança boa para ser vista em casa nos formatos DVD e Blu-ray. Algumas pérolas, como o DVD de Martha Graham não aparecem nas primeiras buscas por vídeos de dança, mas estão à venda também em grandes sites de compras, como a Amazon.
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