Crítica: Em 'Touro Indomável', dá até para sentir os socos do lutador
Existe algum horror em torno da imagem do pugilista Jake LaMotta. Porque tudo neste "Touro Indomável" (TC Cult, 22h; 16 anos) desemboca em sua figura. Seu rosto ansioso, ou furioso, ou desfigurado. Seu corpo ágil e pronto para a luta, ou pegajosamente gordo.
Neste filme de Martin Scorsese dá tanto para sentir as pancadas que Jake dá em seus adversários como as que recebe. Parece que podemos sentir, em certos momentos, o suor azedo do alcoólatra.
Não, "Touro Indomável" não é bem um filme sobre a psicologia de um personagem, mas um filme sobre seu corpo. Talvez o mais físico dos filmes já feitos.
Eis o que ele tem de provocativo e de assustador. Eis o que deu a Robert De Niro o Oscar de melhor ator (sua transformação física, então inédita) e o que afastou Scorsese de qualquer chance no prêmio na época. Um grande e duro filme, ainda hoje.
Divulgação | ||
De Niro como LaMotta, ferido no ringue |
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