Crítica: 'O que se Move' humaniza as pessoas atacadas pela mídia
Eis um filme paulista ignorado solenemente em São Paulo: "O que se Move" (HBO 2, 17h15; 14 anos). Muito justo, pois se trata de quase um ovni neste quase sempre desanimador panorama.
Aqui há três histórias de seres abomináveis: um jovem pedófilo, um pai que esquece o filho no carro e permite que ele morra; uma mulher que cria a criança roubada de uma maternidade.
São três casos midiáticos, embora Caetano Gotardo, seu autor, os trabalhe em sentido inverso ao da mídia. Em vez do mata e esfola, o filme desenvolve a compreensão de seus personagens.
Em vez de monstruosidades que precisam ser linchadas, esses seres aparecem em sua humanidade. Trata-se de indagar quem, afinal, são essas pessoas. Próprio do mundo midiático é classificar pessoas e coisas. Próprio do cinema é revelá-las. É o que este filme busca.
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