'Novas Frequências' chega a 2014 turbinado e mais conceitual
Artista plástico ou músico? Palco ou galeria de arte? É difícil definir qual o tipo de manifestação artística que predomina nos shows do Festival Novas Frequências.
A quarta edição do evento dedicado à música experimental ocorre entre os dia 1 e 14 de dezembro, no Rio de Janeiro.
Embora o line-up completo e os locais só sejam divulgados nesta quinta (23), já estão confirmados: Ben Frost, que chega ao país com o elogiado disco A U R O R A (Mute, 2014), Cut Hands, Bill Orcutt e o performático Aki Onda.
Também poderão ser ouvidos em 2014 Philip Jeck, Frisk Frugt, Laraaji e Vladislav Delay/ Rippat e Marfox.
Sandrine Marc | ||
Aki Onda, artista japonês que apresentará seu set "Cassette Memories" no Rio em 2014 |
Para este ano, triplicam as atrações e aumentam as oficinas de música, bate-papos e residências artísticas. O objetivo, segundo o curador Chico Dub, é "estimular o público a degustar a música de maneira provocadora".
Um panorama da música contemporânea portuguesa e homenagem aos 50 anos da música minimalista a partir da peça "In C", de Terry Riley, estão programados. Não foi confirmada uma versão do evento em São Paulo.
Chico Dub é criador da coletânea de música eletrônica "Hy Brazil", referência no exterior para quem busca criativos artistas brasileiros. A sexta edição, lançada recentemente, trouxe de Zopelar a Formafluida.
Em 2015, a coletânea deve levar artistas nacionais para tocar em festivais na Inglaterra, Alemanha, Polônia, Dinamarca e Portugal. "Há interesse enorme fora, mas o Brasil, infelizmente, não possui mecanismos regulares de apoio de exportação cultural. Eu preciso de apoio financeiro para custear o projeto", diz Dub.
Na escalação nacional do Novas Frequências já estão Auto, Hojer Yama, Osvardo, Mauro Telefunksoul, Som Peba, Bruno Real, Iridescent, Omulu e Maga Bo.
ORQUESTRA DE WALKMAN
Há 20 anos o artista japonês Aki Onda cultiva a série "Cassette Memories", em que grava sons de ambientes em seu walkman. No "Novas Frequências", ele disse que apresentará uma performance inédita inspirada no Rio
Onda contou à Folha que tudo começou quando, durante uma ida ao Marrocos, sua máquina fotográfica quebrou e o artista gravou as lembranças no seu walkman.
"Após a gravação em campo, não ouço as fitas por anos, então escolho aleatoriamente e experimento. Prefiro organizar dessa forma para sempre obter uma surpresa", diz ele, dono de 90 aparelhos, 800 fitas catalogadas e outras milhares sem referência.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade