Crítica: 'Dawson Ilha 10' se sustenta com narrativa seca e descritiva
Há filmes que se impõem primeiro pelo valor informativo. É o caso de "Dawson Ilha 10" ("Dawson Isla 10", Canal Brasil, 18h30; 12 anos).
Deve ser ignorância pessoal, mas nunca soube desta ilha gelada, no Chile.
Para lá, o governo Pinochet mandou ministros e assessores diretos de Salvador Allende logo após o golpe de 1973. O que descreve o filme de Miguel Littin, com base no relato de Sergio Bitar (ministro antes e após a era Pinochet) é um campo de concentração.
Não um campo como o dos nazistas, de extermínio. Mas um lugar frio, de privações diversas e de humilhações. No meio disso, surge Bertrand Duarte, ótimo ator baiano, como o arquiteto Miguel Lawner. Littin pode ter filmes políticos que, em vista do engajamento, mal se aguentam em pé. "Dawson Ilha 10", seco, descritivo, se sustenta muito bem.
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