'Virada feminista' na zona norte de SP terá shows, oficinas, cinema e teatro
Às 17h deste sábado (4), começa, no CCJ (Centro Cultural da Juventude), zona norte de São Paulo, a primeira edição da Virada Feminista, organizada pelos coletivos feministas SOF (Sempreviva Organização Feminista) e Fuzarca Feminista.
Dois finais de semana depois da Virada Cultural, o evento, que tem apoio da prefeitura, terá, durante 24 horas, shows, oficinas, mostras de cinema e peças de teatro produzidas por mulheres. Segundo Helena Zelic, 19, estudante de Letras e membro da SOF, o objetivo é "mostrar que a cultura feita por mulheres existe, mesmo que não apareça muito".
Na programação, estão as rappers Yzalú, que fecha o evento, às 18h do domingo (5), e Luana Hansen, lésbica assumida e figura carimbada em eventos feministas como a Caminhada Lésbica e a Marcha das Vadias, além das cantoras de MPB Nô Stopa e Joana Duah e bandas como Útero Punk e Bloody Mary Una Chica Band.
Danilo Verpa - 6.fev.2014/Folhapress | ||
A MC Luana Hansen, que toca na Virada Feminista, no domingo (5) |
"A gente pensou primeiro em fazer uma 'jornada' nos finais de semana," conta Helena, "mas depois achamos que seria mais legal fazer tudo de uma vez."
A expectativa da organização é de que 800 pessoas passem pelo CCJ durante as 24 horas de duração da festa —no evento compartilhado no Facebook, mais de 11 mil pessoas confirmaram a intenção de comparecer à Virada.
Ao contrário da Virada Cultural, a música não é o foco principal do festival, que conta também com a exibição de filmes dirigidos por mulheres, como o longa "Tão Longe É Aqui", de Eliza Capai, que conta a história de uma brasileira que viaja à África e narra à filha, por meio de uma carta, seu encontro com mulheres de diferentes culturas.
A SOF participa do programa Cultura Viva, implementado pelo Ministério da Cultura entre 2004 e 2005 e incorporado pela Prefeitura de São Paulo em 2013, que dá apoio (e financiamento) a grupos comunitários para a promoção de eventos culturais. Na Virada Feminista, segundo Helena, esse apoio veio por meio da cessão do espaço do CCJ. As participantes não receberão cachê, apenas ajuda de custo.
TURBANTES E SKATE
Às 20h30 do sábado (4), o coletivo "Mulheres da Economia Solidária" realizará uma oficina de turbantes, enquanto às 15h30 do domingo, Laura Folgueira e Martha Lopes, do projeto #KDMulheres, falarão sobre as mulheres na literatura. Na madrugada, ocorrem oficinas de skate e danças brasileiras.
Nas "rodas de conversa", que também acontecem durante todo o final de semana, os temas vão desde a relação entre adolescência e feminismo –o papo será comandado por colaboradoras da revista on-line "Capitolina", uma espécie de "Capricho" feminista– até debates sobre a privacidade na internet.
Ana Maria Sena | ||
Ilustração de Ana Maria Sena para a revista feminista 'Capitolina' |
VIRADA FEMINISTA
QUANDO sáb. (4) e dom. (5)
ONDE Centro Cultural da Juventude, av. Deputado Emílio Carlos, 3641, tel. (11) 3984-2466
QUANTO grátis
PROGRAMAÇÃO disponível no blog do evento
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade