CRÍTICA
Diretor japonês redime 'Voo 7500' ao torná-lo conscientemente ruim
Takashi Shimizu é um gozador. Como alguns diretores japoneses dos anos 1960 –Nagisa Oshima e Seijun Suzuki, por exemplo– o diretor sabe que às vezes o melhor é desafiar a sobriedade.
Comparar Shimizu a Oshima e Suzuki é exagero. Mas o certo é que "Voo 7500" tem elementos para concluirmos que Shimizu resolveu tirar sarro da onda do cinema de horror que ele mesmo ajudou a formar.
Num avião que vai de Los Angeles a Tóquio, viaja um grupo de personagens arquetípicos, apresentados como num antigo filme-catástrofe.
Divulgação | ||
Cena do filme 'Voo 7500' |
Temos a moça recém-casada e obcecada por limpeza, o surfista ladrão, o executivo misterioso, o casal em crise, a moça com medo de ter engravidado, a garota gótica obcecada com a morte, e por aí vai.
No meio do voo, o executivo tem um piripaque e morre. Em vez de aterrissar no aeroporto mais próximo, o piloto decide continuar a viagem.
Logo em seguida, uma despressurização causa pânico. Daí em diante, coisas estranhas se sucedem, e o terror se instala de vez. O desafio dos passageiros é descobrir o que diabos está acontecendo.
Por que Shimizu seria um gozador? Porque a explicação escrita pelo roteirista Craig Rosenberg é de uma incrível estupidez, mas a direção a trata com um cinismo tão inconsequente que a coisa quase vira do avesso. O filme torna-se conscientemente ruim, e isso, em parte, o redime.
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