crítica
Caso de prostitutas faz tombar crença na 'esquerda superior'
Certos filmes possuem um valor antes de mais nada informativo, que os torna visíveis apesar da linguagem antiga (ou antiquada). É o caso do moçambicano "Virgem Margarida" (2012, TV Brasil, 1h35 de segunda-feira).
Licinio Azevedo, o diretor, trata de um caso ocorrido após a descolonização e a tomada do poder pelos comunistas: um grupo de prostitutas é levado a um "campo de reeducação" para que se convertam em pessoas úteis à sociedade.
O que dá verossimilhança ao relato não é só o fato de se basear nos célebres "fatos reais". É o tipo de superioridade moral que a crença na história (isto é: de estar do lado certo da história) conferia às pessoas de esquerda, fossem bem ou mal intencionadas.
Isso podia dar no horror stalinista, na tragédia do Camboja ou no drama das moças de Moçambique. Da fé ao sadismo não há mais que um pulo.
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