Rapper Rodrigo Ogi lança segundo álbum solo inspirado em HQs
Passaram-se cinco anos desde "Crônicas da Cidade Cinza" (2010) para que o rapper paulistano Rodrigo Ogi fizesse um novo disco solo, "Rá", lançado em outubro e gravado em parceria com o produtor curitibano Nave (que já trabalhou com Emicida, Karol Conka e Marcelo D2).
"Nesse meio-tempo, eu fui amadurecendo várias ideias", afirma ele. "Mas cinco anos é muito tempo sem lançar nada, acabei ficando com muita coisa guardada na gaveta."
A demora, diz ele, se deu por problemas de agenda (passou boa parte do tempo escrevendo letras para outros rappers, como Emicida, e fazendo shows) e por considerar que o que fazia não era suficientemente bom para um álbum.
Só em 2013 começou "Rá!", disco em que busca uma sonoridade dos anos 1990, o "boom bap", associado ao rap de Nova York no período. "É um rap menos eletrônico que essa onda do 'trap' [gênero que mistura rap com beats da música eletrônica, como o do duo Tropkillaz]", explica Ogi.
Isadora Brant/Folhapress | ||
O rapper paulistano Rodrigo Ogi, que lança novo disco |
O formato das músicas é narrativo–em algumas, como "Trindade", dividida em três, o ponto de vista muda ao longo das rimas –e foi inspirado em HQs. "Estava lendo muitas na época", diz Ogi.
"Hahaha", quarta faixa do CD, sobre um homem que tem um pesadelo, ainda ganhou um clipe, lançado na segunda-feira (23), no YouTube.
No novo álbum, traz parceiros da MPB, como Juçara Marçal, Thiago França (do Metá Metá), e do punk, como Mao (ex-Garotos Podres). "Eles enriquecem muito o disco, porque trazem uma visão de fora do rap, muda um pouco."
O rapper, aliás, já tem projetos para 2016 que envolvem esses outros gêneros: pretende lançar parte do "material de gaveta" que guardou nesses quatro anos sem lançar, incluindo alguns sambas.
"Vai ser um disco mais de canções, mais cantado", afirma ele, que brinca que "já gravou muito rap" e agora quer se diversificar, apesar de possíveis críticas.
"Isso [de fazer só rap] não tem nada a ver. Se eu tiver vontade de gravar um rock, posso gravar. Se for uma música brega, também", diz. "Não gosto de me rotular."
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade