Artistas comentam os melhores trabalhos de Glauco na Folha
Divulgação | ||
O cartunista Glauco |
A Ocupação Glauco, que começa no sábado (9), no Itaú Cultural, em São Paulo, deve ser um mergulho na mente anárquica do cartunista Glauco, que tem a admiração, inclusive, de gente renomada das artes gráficas.
Glauco publicou regularmente na Folha de 1984 até 2010, ano em que ele e o filho Raoni foram assassinados. Cartuns na página 2, tirinhas na "Folhinha" e na "Ilustrada"... Passou por diversas editorias —às vezes, ao mesmo tempo— e, a todas elas, levou o brilhantismo do seu humor.
A Folha pediu a quatro quadrinistas e chargistas que lembrassem os melhores trabalhos de Glauco nas páginas do jornal.
Glauco/Folhapress | ||
Charge "Riso-País", de Glauco |
LAERTE
"Na Copa de 2002, se falava muito do 'risco Brasil' na política. Glauco fez uma charge do 'riso Brasil'."
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Reprodução de Rafael Hupsel | ||
Tira do personagem Geraldinho, criada por Glauco e publicada na Folha |
MONTANARO
"O personagem inesquecível é Geraldinho. Eu me lembro, inclusive, das animações do Cartoon Network [em 2004]. Gostava da relação dele com a mãe porque era algo bem bobo. E às vezes aparecia um cachorrão para aprontar com ele."
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Glauco/Folhapress | ||
Tirinha do personagem Geraldão, de Glauco |
BENETT
"Para você ter ideia, estou olhando para uma foto do Glauco agora mesmo: tenho uma pequena foto dele grudada no mural aqui do meu estúdio. Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, ia até a biblioteca pública da minha cidade, munido com uma gilete daquelas de lâmina na manga, para recortar as tiras dele, do Angeli e do Laerte que saíam na 'Ilustrada'. As mulheres da biblioteca achavam muito estranho: um garoto de moletom no calor, sentado no fundo da biblioteca, escondido atrás de um monte de jornais encadernados. A delinquência parou quando cortei o dedo e jorrou litros de sangue na mesa, nos jornais etc. Tive que sair correndo. Mas enfim, o que eu mais gostava era das tiras do Geraldão dançando carnaval de sala, se masturbando pela mãe, indo comprar cigarros de pijama, o canalha do pai dele que aparecia de vez em quando —e era igual a ele. Só nessa série cabem umas dez obras do Freud."
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Reprodução | ||
Tirinha do personagem Zé do Apocalipse, de Glauco |
ADÃO ITURRUSGARAI
"O que mais me marcou no trabalho do Glauco foram os personagens: Geraldão, Doy Jorge, Dona Marta, Zé do Apocalipse... Eram demais. Junto com Angeli e Laerte formava o time que mais me influenciou nos quadrinhos brasileiros. No final dos anos 1980 eu tentava copiar o traço dele; depois de ser malsucedido, desisti."
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