Análise
Osesp mantém volume e qualidade na temporada 2017
Em tempos dominados por cortes, a importância da arte parece aumentar. Mundo Maior, tema da temporada 2017 da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), anunciada na quinta-feira (10), aposta na força de criar espaço onde já não há.
Nas palavras do diretor artístico Arthur Nestrovski, a música pode ser "uma reserva de humanidade e esperança, contra tudo o que conspira para fazer nosso mundo menor".
A extraordinária violinista alemã Isabelle Faust será artista em residência. Além dos concertos de Brahms (em maio, com a titular Marin Alsop) e Szymanowski (em setembro, regida pelo compositor Krzysztof Penderecki), ela apresentará integrais das dez sonatas de Beethoven e das três sonatas e três partitas solo de Bach.
No mesmo programa com Faust, o polonês Penderecki, de 83 anos –um dos mais importantes compositores vivos– regerá duas de suas obras.
Marin Alsop abrirá a temporada de assinaturas com a "Nona Sinfonia" de Beethoven (9/3), e fechará com a "Nona" de Mahler (9/12). Regerá também obras como a "Sexta" de Mahler e o "War Requiem" de Britten.
Artista associada pelo segundo ano, Nathalie Stutzmann cantará a "Rapsódia para contralto e coro masculino" de Brahms (com Alsop) e regerá Antonio Meneses no "Concerto para violoncelo" de Dvorák.
Antes de cada récita de Dvorák, nos dias 26, 27 e 28 de outubro, Meneses –que completa 60 anos– fará as seis suítes para cello de Bach (duas a cada dia).
O regente Richard Armstrong dará vida ao ato 2 da ópera "Tristão e Isolda" de Wagner (agosto), Arvo Volmer a "L'Ascension" de Messiaen (março) e Giancarlo Guerrero às obras de Villa-Lobos para gaita (com José Staneck) e saxofone (com Leo Gandelman).
Divulgação | ||
A violinista Isabelle Faust, artista residente da Osesp em 2017 |
REFORÇO E RENOVAÇÃO
É bom notar que a orquestra reforça a atuação solista de seus membros (como o spalla Emmanuele Baldini) e também abre espaços para jovens regentes, o que inclui a assistente Valentina Peleggi (grata revelação de 2016), Marzena Diakun e Robert Treviño.
Uma efeméride não passará em branco: os 250 anos do padre afro-brasileiro José Maurício Garcia (1767-1830) –um dos mais importantes músicos das Américas em qualquer tempo–, que terá obras apresentadas e gravadas ao longo do ano.
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DESTAQUES DE 2017
Isabelle Faust (violino)
Integrais das 10 sonatas de Beethoven com o pianista Alexander Melnikov (14,15, 16 de maio) e das 6 sonatas e partitas solo de Bach (17/9)
Marin Alsop (regente titular)
"Nona" de Beethoven (9,10,11/3) e "Sexta" de Mahler (16,17,18/3); "War Requiem" de Britten (12,13,14/10); "Nona" de Mahler (7, 8, 9/12)
Nathalie Stutzmann (artista associada)
"Rapsódia para contralto, coro masculino e orquestra" de Brahms (19, 20, 21/10)
Antonio Meneses (violoncelo)
Integral das "Suítes" de Bach dividida em 3 dias antes de cada apresentação do "Concerto" de Dvorák (26, 27, 28/10)
Richard Armstrong (regente)
Segundo Ato da ópera "Tristão e Isolda", de Wagner (30/8, 1/9, 3/9)
Krzysztof Penderecki (compositor)
Rege suas obras e o "Concerto para violino" de Szymanowski com solo de Isabelle Faust (14,15,16/9)
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