Banda Mantiqueira comemora 25 anos com novo álbum e shows em São Paulo
O jazz é brasileiro. Ao menos na fala do saxofonista Nailor Azevedo, o Proveta, um dos idealizadores e arranjadores da Banda Mantiqueira, que celebra em janeiro, com um novo álbum e uma série de shows, 25 anos de estrada completados em 2016.
O "jáz", como diz ele, é o gênero musical que serve como base para a proposta do grupo: resgatar a história e a tradição de grandes músicos, sempre evidenciando também a identidade brasileira.
Proveta conta que a ideia surgiu como uma maneira de continuar fazendo música de qualidade frente a um cenário fonográfico já desanimador nos anos 1980, quando ele e seus colegas com quem morava –o trompetista Walmir Gil e os saxofonistas Cacá Malaquias e Ubaldo Versolato– trabalhavam como instrumentistas comerciais, acompanhando gravações de Tom Jobim, Ângela Maria, Cauby Peixoto, entre outros.
Pedro Monteiro - 5.nov.2001 | ||
Os instrumentalistas do grupo, que realiza dois shows no Sesc Pompeia, em sua formação de 2001 |
"Estava caindo muito a qualidade de todo trabalho que se fazia em estúdios e surgindo uma música descartável. A gente precisava se proteger de alguma forma", diz.
Passaram, então, a reunir em um único balaio musical as referências que tinham, de Duke Ellington a Severino Araújo, para homenagear os ídolos como Cartola e Nelson Cavaquinho, por exemplo.
E é o que fazem também agora, após terem resistido por décadas na estrada, com o álbum "Com Alma", intitulado a partir de uma composição do trompetista Dizzy Gillespie ("Con Alma", na versão do norte-americano).
O destaque da faixa-título, arranjada por Edson José Alves, fica a cargo dos dois solistas, o violonista Romero Lubambo e o trompetista virtuose Wynton Marsalis -este ainda faz o solo de "Segura Ele", choro de Pixinguinha.
"Não estamos resgatando só a história dos músicos que respeitamos, mas a de cada integrante da Banda Mantiqueira", diz Proveta.
Um deles é Cacá Malaquias, um dos fundadores do grupo, que agora mora em Pernambuco.
Malaquias retornou para a gravação do disco com duas composições autorais: o frevo "Forrólins", em homenagem ao sax-tenorista norte-americano Sonny Rollins, e o "Chorinho pra Calazans", dedicado ao artista plástico pernambucano J. Calazans.
"A gente conseguiu unir uma qualidade de encontro muito bonita, de resgate de uma tradição da música mundial instrumental."
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BANDA MANTIQUEIRA
QUANDO sáb. (21), às 21h, e dom. (22), às 19h
ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700
QUANTO de R$ 9 a R$ 30, em sescsp.org.br ou nas bilheterias
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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