Sob nova direção, Municipal supre com criatividade falha na área lírica
Sylvia Masini/Divulgação | ||
Apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal no Festival Beethoven, em agosto de 2016, no Municipal |
Mudanças na direção artística dos principais teatros e orquestras do exterior são anunciadas com anos de antecedência. Entre nós –e esse tem sido o caso do Theatro Municipal de São Paulo– há quase sempre rupturas drásticas, em geral atreladas aos câmbios políticos.
Espera-se que o Theatro Municipal apresente anualmente uma boa temporada lírica, da mesma forma que já há, na Sala São Paulo (sede da Osesp), uma temporada sinfônica de excelência.
Para isso é preciso somar quantidade e qualidade.
Ao contrário do que possa parecer a quem não frequenta o Theatro Municipal, óperas atraem muito público e podem ser mais baratas do que cinema.
Se compararmos o estilo das duas gestões anteriores, Abel Rocha (2011-12) conseguiu em pouco tempo uma ampla variedade de títulos e equilíbrio entre a presença de cantores nacionais e internacionais, enquanto John Neschling (2013-16) renovou a orquestra e focou em temporadas menores, com predominância de títulos consagrados e participação maciça de estrangeiros.
Nos dois casos, a transição entre equipes implicou descontinuidade da temporada lírica, e o mesmo ocorre agora, quando Cleber Papa assume a direção artística e Roberto Minczuk como regente titular (a divisão de funções é saudável). A estreia de Minczuk será neste fim de semana com obras de Villa-Lobos e Mendelssohn.
Não se montam óperas da noite para o dia, e enquanto não são encenadas, o Municipal fará dois títulos em versão concerto ("Fidelio", de Beethoven, e "A Danação de Fausto", de Berlioz), e usará a criatividade para multiplicar a ocupação de seu espaço.
Assim, além de concertos sinfônicos, foram criadas séries temáticas em horários alternativos, como "Domingo no Municipal", "Meu Primeiro Recital" e "Concertos Informais", com mobilização de todos os corpos estáveis.
Entre os destaques da programação deste semestre está a maratona com todas as "Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos –uma especialidade de Roberto Minczuk–, que serão apresentadas em um único dia, com o ciclo dividido em duas partes, às 16h30 e 20h.
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DESTAQUES
9"Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos (4/3 e 5/3)
"Paixão Segundo São João", de Bach (14 e 15/4)
"Pedro e o Lobo", de Prokofiev, e "Guia Orquestral", de Britten (vários horários)
"Kubrick em Concerto": "2001, Uma Odisseia no Espaço" (7 e 8/7); "Barry Lyndon" (14 e 15/7); "Laranja Mecânica" (21 e 22/7)
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ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL, com Roberto Minczuk
QUANDO sáb. (18) às 20h e dom. (19) às 17h
ONDE Theatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, tel. (11) 3053-2090
QUANTO R$ 20 a R$ 100
Livraria da Folha
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