Considerado o melhor DJ do mundo, Martin Garrix encerra Lollapalooza
Jovem, bonito e, com sorte, relativamente talentoso: uma fórmula rentável em uma indústria fonográfica que consagra artistas como Justin Bieber e Ed Sheeran.
O DJ e produtor holandês Martin Garrix, de apenas 20 anos, preenche os requisitos, mas eles não resumem seu sucesso como ícone da EDM (electronic dance music), uma espécie de música eletrônica mais comercial.
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O DJ e produtor musical holandês Martin Garrix, que se apresenta neste domingo |
São sacadas no timing correto que fazem com que o artista tenha uma legião de fãs.
Na edição brasileira do EDC, em 2015, o prodígio fez a plateia delirar com uma versão bate-cabelo de "Hello", de Adele. Recentemente, trabalhou sobre o hit "Can't Feel My Face", do The Weeknd –o remix foi reproduzido cerca de 30 milhões de vezes no Spotify, plataforma na qual ele é o 15º artista mais ouvido.
"Eu tento pegar uma música e adicionar meus sons, meu estilo. Todas as músicas que já remixei eram coisas que eu ouvia, não vou remixar se eu não curtir a original", diz.
Sua elevação ao pódio do gênero, estabelecida pelo título de melhor DJ concedido em 2016 pela revista especializada "DJ Mag", dá a falsa impressão de que Garrix está no meio há muito tempo.
Ele mesmo faz parecer que quase não se lembra em detalhes de como chegou à fama. "Era um hobby, eu gostava de compor e gostava de música eletrônica. Em algum ponto, apenas pensei: 'Por que não tentar fazer isso?'."
A chegada às pistas de dança se deu em 2012, com uma versão de "Your Body", de Christina Aguilera.
Ele tinha apenas 16 anos e, em seguida, emplacou o hit autoral "Animals" na liderança das paradas britânicas e entre as dez mais ouvidas em outros oito países.
Nos últimos anos, Garrix tem enfrentado uma agenda tão disputada quanto as de duplas sertanejas. Ele chega a fazer mais de 17 sets no mesmo mês, em diferentes países, do Chile até Taiwan.
Ele já passou por festivais como o Coachella, o Electric Daisy Carnival e o próprio Lollapalooza, sobre o qual diz amar "o fato de que o line-up seja tão diverso".
FUNK CARIOCA
Neste domingo (26), o holandês arremata a sexta edição brasileira do Lollapalooza, que receberia no sábado (25) bandas como Metallica, The Chainsmokers e The xx.
Ele disputa o horário nobre do festival com os nova-iorquinos do The Strokes e o DJ australiano Flume, de quem admite ser fã.
Essa já é a terceira vez que Garrix vem ao Brasil. Daqui, ele carrega lembranças como a viagem de helicóptero que fez no Rio de Janeiro e entoa a única referência musical que guardou: "Parapapapapapá" –trecho de "Rap das Armas".
Original da dupla MC Júnior e Leonardo, o funk carioca veio à tona em 2007 na versão de Cidinho e Doca, que entrou na trilha sonora de "Tropa de Elite", e ganhou seu próprio remix na Europa, especialmente tocado nos Países Baixos.
PRODUTOR
Garrix não se contenta com o título de DJ, quer ser reconhecido como produtor. "Acho que muita gente não sabe a diferença entre os dois. Quando estou no estúdio, sou um produtor, quando estou na pista, sou um DJ."
Essa ambição caminha com a repercussão do artista, mas não disfarça a pretensão típica de quem ainda tem 20 anos. E nem precisa.
A ideia de prodígio, construída pela precocidade, é um de seus principais atributos.
Enquanto isso, ele aproveita como pode e se diverte como alguém de sua idade. Ou quase. "Levo meus amigos mais próximos comigo nas minhas turnês."
Colaborou ALEX KIDD
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