Estúdio de Mauricio de Sousa funcionou dentro da Folha por 23 anos
Danilo Verpa/Folhapress | ||
O quadrinista Mauricio de Sousa |
Em setembro de 1963, o caderno infantil da Folha estreou e, de acordo com Mauricio de Sousa, sua carreira deslanchou. Ele já desenhava para jornais havia quatro anos, mas o alcance da "Folhinha" transformou os personagens em estrelas nacionais.
No ano seguinte, mudou-se para São Paulo e fez uma oferta para financiar quatro salas de um prediozinho de escritórios recém-construído, vizinho à Folha, na alameda Barão de Limeira, em Campos Elíseos.
Horas depois do acerto com o corretor, um funcionário do jornal foi ao seu apartamento com uma missão delicada: a empresa planejava expandir sua redação ocupando o novo predinho, e Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), um dos proprietários da Folha, pedia que Mauricio desistisse do negócio.
O artista fez uma contraproposta: retiraria a oferta se pudesse alugar as salas enquanto o jornal não precisasse delas. Acordo feito, a empresa adquiriu o prédio e o incorporou à sede, abrindo portas para ligar os dois imóveis em todos os andares.
"Mas tem uma coisa", voltou o funcionário. "Seu Frias pede para lhe dizer que, pela sua compreensão e gentileza, não vai cobrar aluguel."
"Ocupei aquelas salas entre 1964 e 1987", conta Mauricio no livro.
"Nunca paguei aluguel. Na verdade, nunca paguei conta nenhuma. Mesmo que não fizesse parte do arranjo, seu Frias sempre quitou, por conta própria, as despesas de luz, condomínio e telefone das salas que eu usava."
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