Globo estreia, com 'Deus Salve o Rei', sua guerra dos tronos às 19h

Crédito: Divulgação Castelo de Artena, um dos cenários da nova trama das sete da Globo
Castelo de Artena, um dos cenários da nova trama das sete da Globo

BEATRIZ FIALHO
DE SÃO PAULO

Com "Deus Salve o Rei", novela das 19h que estreia nesta terça (9), a Globo desembarca, pela primeira vez, na era medieval.

A produção surge em meio a uma febre de séries, como "Game of Thrones" (HBO) e "Vikings" (History), calcadas em um imaginário que pinta o período como terreno de disputas por tronos, amores proibidos, ambições e atos de loucura que soam atuais.

Daniel Adjafre, autor da trama, diz, contudo, que a novela não aspira a se igualar às produções estrangeiras.

"A primeira ideia foi buscar referências no que a gente conhece da vida medieval, na nossa imaginação", explica o autor, ressaltando que a novela não tem pretensões documentais, permitindo-se não ser tão criteriosa com os fatos históricos. "Se não existia, Montemor inventou."

Montemor é um dos dois reinos nos quais se situa a história. Rico em minério de ferro, Montemor não tem água. Artena tem, mas não tem minério. O acordo pacífico se mantém até a morte da rainha Crisélia (Rosamaria Murtinho), de Montemor.

Uma satírica guerra pelo trono se instala: de um lado, nenhum dos descendentes da rainha quer a coroa. Do outro, a ambiciosa princesa Catarina de Artena (Bruna Marquezine), tem planos expansionistas. Mais adiante, enfrentará a mocinha plebeia Amália (Marina Ruy Barbosa).

"As duas são mulheres muito fortes, o caráter é diferente, mas guardam características em comum", diz Barbosa. Os embates que elas terão, afirma, "não são óbvios". "Não é uma novela em que você vê a vilã e a mocinha lutando por um homem."

Tatá Werneck, como Lucrécia, adiciona humor à trama. A atriz define a personagem como "uma mulher que não é bonita e que, ao mesmo tempo, tem que ter sex appeal".

BANCO DE CENÁRIOS

Enquanto o enredo busca se distanciar das séries já populares, a fotografia e a cenografia bebem na fonte das produções estrangeiras.

O figurino, assinado por Mariana Sued, foi confeccionado a partir da pesquisa de 12 mil imagens, que inspiraram as 5.000 peças.

Foram 32 dias para a captação de mais de 4.000 imagens pela Europa, para a criação de um banco de cenários. Montemor foi inspirado em Pals, na Espanha.

Nos estúdios Globo, as gravações acontecem em dois galpões que totalizam 6.000 m². Os espaços fechados têm tetos translúcidos, para que a luz seja filtrada de modo mais natural e se iguale às imagens captadas.

Fabrício Mamberti, diretor artístico da trama, comenta que todos os capítulos incluem a extensão de cenário –apenas 10% do que será visto nas telinhas foi efetivamente construído. Estima-se que a novela terá cerca de oito vezes mais efeitos que outras produções da Globo.

"A gente não está vendendo como uma novela tecnológica", frisa, contudo, o diretor. "Não interessa, isso não vende. O que vende é uma boa história, com um elenco executando muito bem."

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