SP-Arte começa com compras, mas não das obras mais valiosas

Aberta para convidados nessa quarta (3), feira tem vendas de valores médios

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

As primeiras horas da 15ª edição da SP-Arte, que abriu nesta quarta (3) para a clientela VIP, eram menos de festa e mais de expectativa. Todos queriam saber das vendas —nos espaços que tinham fechado negócios até cerca de 15h30, falava-se de entre uma e quatro peças comercializadas.

Muitos dos galeristas tinham obras reservadas. André Millan, da Galeria Millan, diz que o procedimento é comum na programação.

“A feira funciona como um funil”, explica Millan. “Até o final do primeiro dia, a maioria dos negócios são fechados. Depois, quando o evento abre para o público em geral, o número de transações tende a diminuir.”

A galeria já tinha vendido quatro obras. Eram trabalhos de Tunga e Nelson Felix, além de um quadro do contemporâneo Thiago Rocha Pitta e uma escultura de José Bento no formato de feijão. A última, uma doação de uma compradora privada para a Pinacoteca. Millan não informou o valor das obras à venda.

Na Fortes d’Aloia e Gabriel, a média era semelhante. A galeria fechou vendas de uma escultura de Barrão, uma bandeira de tecido de Rivane Neuenschwander, além de uma pintura de Ernesto Neto, vendida por US$ 60 mil (R$ 230 mil).

Não é o trabalho mais caro do artista na feira. Em cartaz na Pinacoteca com uma retrospectiva de três décadas, ele também exibe uma escultura de crochê de quatro metros de altura de US$ 180 mil (cerca de R$ 692 mil).

De tão grande, teve que ser pendurada na área externa do Pavilhão da Bienal, onde o pé-direito é alto o suficiente. 

Se no evento os números das vendas não surpreendiam, Alexandre Gabriel, sócio da galeria, conta que, na mostra individual de Rivane em cartaz no espaço, quase todos os trabalhos já tinham sido comercializados.

O resultado mostra que a programação paralela à SP-Arte, que toma conta da cidade durante o período, também pode ter força comercial.

No primeiro andar, onde ficam as galerias que trabalham com o mercado secundário —que lida com trabalhos oriundos de coleções anteriores e, portanto, cifras maiores—, os negócios caminhavam com parcimônia.

Por lá, viam-se em mais de um estande telas de Di Cavalcanti, obras cinéticas do venezuelano Carlos Cruz-Dièz e esculturas do polonês radicado no Brasil Frans Krajcberg.

“Não tenho queixas”, diz Paulo Kuczynski, do escritório de mesmo nome. Em um estande que abrigava trabalhos de R$ 200 mil a R$ 7 milhões, ele tinha vendido três peças.

A maioria das casas, porém, ainda não tinha comercializado obras mais valiosas. Era o caso da Dan Galeria, que tem um Volpi de R$ 6 milhões.

Dois trabalhos de Tarsila do Amaral na Almeida e Dale, a tela “Terra”, de 1943, e um estudo para o “Abaporu”, também não haviam encontrado um lar. Questão de tempo, espera o sócio Antonio Almeida, que também não quis revelar os valores dos trabalhos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.