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Como HBO Max pode acabar, em meio a perda de filmes como 'Batgirl' e demissões

Longa é primeira vítima do plano de reestruturação da plataforma, após fusão da WarnerMedia com a Discovery

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São Paulo

Um imbróglio que nasceu após a fusão da falecida WarnerMedia com a Discovery, Inc., que resultou no conglomerado Warner Bros. Discovery, está ameaçando a sobrevivência da plataforma HBO Max, um dos principais serviços de streaming do mundo.

De acordo com o portal americano TheWrap, a indústria espera que o CEO David Zaslav anuncie, em breve, planos para descartar os dois serviços de sob demanda hoje administrados pela empresa —a HBO Max e também o Discovery+. A ideia seria criar um novo streaming, ainda sem nome, mas que carregaria uma marca nova.

Logotipo da HBO Max
Logotipo da HBO Max - Reprodução

Por isso, rumores apontam que cerca de 70% dos funcionários responsáveis pelo conteúdo original HBO Max devem ser demitidos nos próximos meses, num esforço para cortar gastos e simplificar a criação de conteúdo roteirizado. Na prática, a atual equipe da HBO, a emissora de TV, ficaria responsável por esses projetos, que, portanto, devem ser lançados com menos frequência.

O futuro ainda é incerto, mas alguns indícios de que mudanças radicais estão a caminho já chegaram aos usuários. O principal deles foi a desistência de lançar o filme "Batgirl", com orçamento de cerca de US$ 90 milhões, ou R$ 475 milhões, no streaming. Os fãs da heroína da DC Comics simplesmente não poderão ver o longa, que estava quase finalizado.

Leslie Grace em Batgirl, filme cancelado pela Warner
Leslie Grace em Batgirl, filme cancelado pela Warner - Instagram Leslie Grace

A decisão acontece em meio a um discurso de que a Warner Bros. Discovery vai privilegiar produções pensadas para os cinemas e também a medidas de cortes de gastos com impostos. Com isso, alguns filmes já lançados começaram a sumir da HBO Max.

Há desde projetos grandes, como "Convenção das Bruxas", estrelado por Anne Hathaway e Octavia Spencer, até títulos menores mas elogiados, como "Charm City Kings". Também desapareceram do catálogo os recentes "Nossos Sonhos de Marte", "Superinteligência", "Um Pepino Americano" e "Confinamento".

Como os títulos carregavam o selo de produções originais da HBO Max, é improvável que eles apareçam em algum streaming concorrente —o que, na prática, significa que ninguém mais poderá vê-los, a não ser que o conglomerado mude de estratégia ou que eles sejam mandados para compra e aluguel em serviços do tipo.

No Brasil, eles todos também já sumiram. O corte acontece porque, em teoria, sua performance na plataforma é baixa —ou seja, há poucas visualizações para eles—, e simplesmente descartá-los custa menos dinheiro do que mantê-los no catálogo, o que traria a obrigatoriedade de pagamento de impostos relacionados aos títulos.

Eles são apenas os primeiros do que seria uma longa lista de filmes e séries que em breve sairão do serviço e que, dessa forma, não devem dar as caras no novo streaming que a Warner Bros. Discovery planeja, segundo a Variety.

O CEO Zaslav tem como uma de suas missões à frente do conglomerado a identificação de cerca de US$ 3 bilhões, ou R$ 15,7 bilhões, que podem ser cortados dos gastos atuais, ao potencializar a sinergia entre os funcionários da antiga WarnerMedia e os da Discovery, Inc.

Fontes da revista Variety afirmam que a necessidade de apertar os cintos vem após uma crise causada pela pandemia e pela gestão anterior, que decidiu lançar vários filmes de forma simultânea no cinema e na HBO Max, em 2021.

A decisão aumentou a base de assinantes da plataforma de streaming, mas enfraqueceu os lançamentos dos estúdios nos cinemas, gerando gastos que foram considerados excessivos —como os bônus polpudos dados às produções de filmes como "Matrix Resurrections", além de processos por perda de receita por parte dos atores.

Novas informações sobre o futuro da empresa devem ser divulgadas ainda esta semana, durante um evento para investidores.

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