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Viola Davis vai ao Rio com 'Mulher Rei' e diz que Brasil é chave para falar de racismo

Atriz diz que nossa história é fundamental para compreender a trajetória dos negros no continente e para seu novo filme

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São Paulo

Já em meio aos preparativos para sua primeira visita ao Brasil, a partir do fim de semana, Viola Davis encaixou na agenda atribulada uma conversa com jornalistas para falar de seu novo filme, "A Mulher Rei", que chega aos cinemas na próxima semana. Nela, deixou claro que "essa história não poderia ser contada sem o Brasil".

Ambientado no antigo Reino de Daomé, onde é hoje o Benin, no início do século 19, o longa é inspirado nas ahosi, guerreiras mulheres que o defendiam. Davis protagoniza a trama como a chefe do grupo e é também produtora, o que ajudou a diretora Gina Prince-Bythewood a levar a história às telas.

Viola Davis no filme "A Mulher Rei", de Gina Prince-Bythewood
Viola Davis no filme "A Mulher Rei", de Gina Prince-Bythewood - Ilze Kitshoff/Divulgação

Ao longo da trama, há várias menções ao Brasil, já que boa parte das riquezas de Daomé veio da venda de negros de outros reinos e tribos aos europeus, que os traficavam para as Américas para serem escravos.

Há um personagem português e outro brasileiro no filme, que estão na África justamente para tirar vantagem do regime escravocrata. Assim, é possível ouvir português sendo falado aqui e ali, embora Hero Fiennes Tiffin e Jordan Bolger, intérpretes dos rapazes, sejam britânicos.

"O Brasil é uma grande parte da narrativa da história dos negros e da escravidão. A maior parte dos africanos que foram escravizados foi para o Brasil. Então o país de vocês se torna um antro de informação, uma fonte importante para narrar a nossa história", diz ela.

"Enquanto atores, a gente precisa sempre buscar essa especificidade, essa inclusão. Enquanto eu crescia, as pessoas reforçavam uma diferença entre brasileiros, caribenhos, dominicanos, porto-riquenhos, negros americanos. Isso ainda existe, mas nós estamos todos conectados. Somos só mais uma parada na rota do comércio de escravos africanos. E é por isso que precisamos contar histórias como a de ‘A Mulher Rei’, para percebermos isso."

A Sony, distribuidora do filme, ainda não deu detalhes sobre a vinda de Davis ao país. Os únicos compromissos confirmados até agora são um evento para a imprensa na próxima segunda-feira, no Copacabana Palace, e o tapete vermelho do longa, à noite.

"Eu gostaria de dizer que o Brasil absolutamente ama a Viola e que ela também ama o Brasil", disse ainda a colega de elenco Thuso Mbedu, arrancando um grito de excitação de Davis. Esta, então, respondeu: "Eu mal posso esperar, estou muito animada!".

Em paralelo à vinda da atriz, acontece também uma exposição com fotos, figurinos e modelos usados pela equipe de direção de arte de "A Mulher Rei", no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, o Muhcab, no Rio de Janeiro.

A mostra, batizada de "O Impacto da Mulher na Cultura Afro-Brasileira", é gratuita, começou nesta sexta-feira (16) e fica em cartaz até o dia 1º de outubro.

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