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29/05/2010 - 06h53

Leia curiosidades e frases sobre Carlos Drummond de Andrade

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FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi um escritor de cartas compulsivo.

Reportagem da Folha publicada hoje descobriu alguns interlocutores postais do poeta.

Conheça abaixo algumas curiosidades sobre essa faceta do escritor mineiro, assim como frases de um crítico, um acadêmico e um poeta a respeito.

- Escrevia na maioria das vezes à mão, mas também usava com frequência a máquina de escrever.

- Ao final das cartas, costumava assinar "Carlos" ou "Drummond". Às vezes usava "Carlos Drummond". Raramente assinava o nome completo.

- Era um exímio arquivista. Guardava a maioria das cartas que recebia --quando necessário com anotações que ajudassem a lembrar a resposta que enviou.

- Também graças à faceta de bom arquivista, tem um dos maiores arquivos de correspondência pessoal do país, com 1.812 correspondentes. O inventário da correspondência de Vinicius de Moraes (também na Fundação Casa de Rui Barbosa) registra 714 correspondentes. O de Manuel Bandeira, no mesmo órgão, 132 correspondentes.

- Mário de Andrade, que dizia sofrer de "gigantismo epistolar" e foi um grande "amigo postal" de Drummond, é quem mais se aproxima do poeta. Em seu acervo no IEB (Instituto de Estudos Brasileiros) da USP, há registrados 1.644 correspondentes.

- Entre os maiores correspondentes de Drummond estão Abgar Renault (453 cartas na Casa de Rui Barbosa, totalizando 541 folhas, de 1926 a 1987), Mário de Andrade (82 cartas no mesmo acervo, com 130 folhas, de 1926 a 1945) e Otto Lara Resende (128 cartas, 158 folhas, de 1943 a 1987).

FRASES SOBRE DRUMMOND MISSIVISTA

"Há várias questões na poesia dele que você percebe que foram colhidas com o tempo, pelo contato humano com gente que enriquece. Agora, tem que ter saco _e ele tinha. Ele detectava uma faísca e ia atrás dela"
Silviano Santiago, crítico literário, escritor e "drummondófilo"

"Há um respeito à figura humana muito bonito. Se uma pessoa te escreve, você precisa ter respeito por ela. Não existem mais os velhos senhores. Na geração deles isso é que fazia os homens dignos."
idem

"O que aproxima muito Drummond dessas pessoas [correspondentes] é a crônica, que é o diálogo mais próximo com o leitor. Isso, do cotidiano compartilhado, é resultado do comprometimento de Drummond com a correspondência _que é o espaço do diálogo intelectual, mas também da aproximação."
Marcos Antônio de Moraes, professor de literatura da USP e especialista no estudo da correspondência de escritores brasileiros

"Tanto Drummond quanto Mário [de Andrade] faziam da carta um lugar de sociabilidade afetiva. Não era só o cumprimento de uma responsabilidade social, mas um espaço para amizade."
idem

"Acho que é uma coisa de geração. Todos escreviam muito. A relação intelectual era muito intensa e tinha um prolongamento na vida afetiva. Isso se perdeu, todo mundo ficou profissional demais."
Eucanaã Ferraz, poeta e organizador de "Alguma Poesia: O Livro em Seu Tempo", edição comemorativa aos 80 anos de lançamento da primeira obra de Drummond (Instituto Moreira Salles)

 

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