Publicidade
Publicidade
Estreante na Bienal, Alice Miceli documenta horror invisível em Chernobyl
Publicidade
JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Alice Miceli tinha seis anos à época do maior acidente nuclear da história.
Veja a cobertura completa da Bienal de Artes de SP
Era abril de 1986 quando o reator de Chernobyl explodiu, na antiga União Soviética, deixando para trás um mar de contaminação invisível aos olhos.
Mais de duas décadas depois, a artista carioca, hoje com 30 anos, se impôs o desafio de fazer ver a energia liberada então.
Em um trabalho extremamente conceitual, documentou os fantasmas radioativos da chamada zona de exclusão --situada em um raio de 30 km ao redor do reator, evacuado logo após o acidente-- na fronteira entre a Ucrânia e Belarus (antiga Bielorrúsia).
Mas não sem impedimentos. Para conseguir driblar as autoridades e adentrar a zona, que ainda hoje oferece riscos de doenças, se embrenhou entre cientistas alemães que trabalham no local e se fez de pesquisadora.
"Belarus é uma ditadura, ninguém quer que isso tenha publicidade. Como é invisível, é fácil dizer que não está lá", conta a artista, que se mudou para Berlim em 2007 para realizar o projeto.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
A artista Alice Miceli, na montagem final de sua obra, "Projeto Chernobyl", na Bienal de Artes de São Paulo |
ESTREIA
Mas bem pouco é inteligível nas imagens que fazem reviver esse passado.
Os filmes eram sensíveis não à luz, mas aos raios gama, que, após meses de exposição, saíam marcados pela radioatividade impregnada em troncos de árvore, janelas e espaços vazios.
"Pedras e vidros não estão bem contaminados. Os campos, sim", concluiu.
As 30 imagens que resultaram dessas experiências ela expõe pela primeira vez na 29ª Bienal de São Paulo, que abre amanhã ao público.
E também esses negativos originais, que mais sugerem do que escancaram os vestígios deixados pela explosão, marcam sua estreia na mostra do Ibirapuera.
Um marco para a jovem artista com formação em cinema que começou a experimentar para "pensar a criação de sentido nas imagens".
+ notícias sobre a Bienal
- Em SP para a Bienal, cartunista do "Monde" diz que leitor precisa ser "chacoalhado"
- Justiça vai retirar obra de Bienal com imagens de Serra e Dilma, diz curador
- Mostra do circuito off-Bienal reúne 82 artistas
+ notícias da Ilustrada
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice