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Artista holandês que coloriu fachadas de favelas cariocas participa da Bienal
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JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora não tenha sido escalado para participar da Bienal, o holandês Dre Urhahn é um artista que destoa entre os outros do pavilhão.
Acompanhe a cobertura completa da Bienal
Primeiro porque, pintor, foi convidado para falar em uma mostra de arte que privilegia o vídeo e as instalações multimídia.
Segundo porque o seu suporte não são as telas, mas os tijolos das favelas cariocas.
Vindo de Amsterdã, ele desembarcou às pressas, anteontem, em São Paulo. Reclamou do "jet lag" e disse que foi chamado de última hora, para integrar, hoje, uma série de apresentações no Ibirapuera organizada pelo consulado da Holanda (leia programação ao lado).
Ele sabe apenas que o bate-papo deve girar em torno do "Favela Painting", um projeto "um pouco artístico, um pouco político e um pouco social", que vem remodelando as habitações pobres do Rio de Janeiro.
Alessandro Shinoda/Folhapress | ||
O artista plástico Dre Urhahn, que idealizou com Jeroen Koolhaas o projeto "Favela Painting" em terreiro da Bienal |
CHUVA E TIROS
Ao lado do conterrâneo Jeroen Koolhaas, 33 --que resolveu ficar em casa depois de quebrar o pé pintando um mural-- Dre, 36, já jogou cor nas comunidades cariocas em três ocasiões.
A primeira vez foi em 2007, na Vila Cruzeiro, uma das favelas que integram o Complexo do Alemão (zona norte), onde morou por oito meses. "Nossas principais dificuldades foram a chuva e os tiros", lembra.
Depois de testemunhar três ações do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e sete passagens do "caveirão", o duo deixou estampada sobre um muro a imagem de um garoto soltando pipa. Agradou aos moradores, enquanto os traficantes diziam que ali era "o lugar errado" para a arte.
Um ano mais tarde, na mesma Vila Cruzeiro onde se sentem "em casa", Dre e Jeroen deixaram sua marca em uma escadaria que leva ao topo do morro.
MORADORES
Mas o maior feito do duo, e certamente o mais visado por turistas, foi terminado neste ano, no morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul).
Ali, os holandeses imprimiram listras coloridas a 34 casas da comunidade, que em 2008 recebeu a primeira UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Rio.
Além do patrocínio de uma marca de tintas, tiveram o apoio dos moradores da favela, que receberam instrução para pintar. "A carreira de pintor é um início", afirma Dre, que diz só haver sentido no projeto se acompanhado de melhorias sociais.
A dupla está agora levantando fundos para realizar sua obra-prima: "Eu quero ver uma favela inteira pintada, eu quero ver".
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