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17/10/2010 - 08h34

Chegada mais rápida de séries americanas acelera mercado de tradução

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LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A passos apressados anda o mercado de séries. Os prazos entre a estreia nos EUA e em território brasileiro estão cada vez mais diminutos, com uma média atual de duas semanas de atraso.

Erro nas legendas faz canal retransmitir episódio de "Desperate Housewives"

Com isso, encurta também o tempo para os legendadores verterem os diálogos para o português --e com o menor número de erros possível, já que essa é uma fonte de irritação para os assinantes.

Os direitos autorais da legenda no cinema não valem para a televisão, então todo o trabalho tem de ser refeito quando os filmes entram em cartaz na TV paga.

Entre as séries, as empresas de legendagem têm uma preocupação adicional: ter a mesma equipe para fazer todos os episódios e, assim, padronizar a linguagem usada.

A Drei Marc, fundada há 20 anos, é uma das empresas mais antigas do setor. Começou a oferecer o serviço em 1996 e é responsável por programas como "The Good Wife", "Glee" e "24 Horas".

Tem 50 pessoas habilitadas, dependendo da língua em que o capítulo for falado, para escolher o mais indicado a assumir o trabalho.

Além do manual da empresa, que contém pedidos específicos para cada canal, há um glossário para as produções. O de "Law & Order", seriado com terminologia jurídica americana, tem seus cargos equivalentes certificados pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Outra forma de agilizar os procedimentos é começar a legendagem a partir do roteiro ou de uma cópia não finalizada do capítulo.

"Os prazos diminuíram em 30%", diz Marcelo Camargo, diretor da Drei Marc. "Tempo é fundamental. Mas temos de saber do que temos de abrir mão e manter a qualidade no tempo estipulado", conta seu sócio, Marcelo Leite.

A Gemini, que cuida de "House" e "Weeds", entrou no mercado em 1998. Vê que hoje os clientes querem tudo pronto em 48 horas.

"O conteúdo aumentou bastante. Por isso criamos uma linha de produção e dividimos o trabalho. Especialmente se a série é diária, não tem como uma pessoa dar conta do volume", conta o diretor-geral Moacyr Lopes.

É o caso de "Undercover Boss", exibida semanalmente nos EUA e que aqui o GNT transformou em diária.

Rafael Andrade/Folhapress
Técnico da produtora Drei Marc, no centro do Rio, trabalha em checagem de legenda de série
Técnico da produtora Drei Marc, no centro do Rio, trabalha em checagem de legenda de série

TRADUÇÃO LIGHT

A Gemini classifica os tradutores entre sênior, pleno e júnior a partir de um ranking de qualidade e tempo de casa. "Mas acabamos tendo de criar uma nova categoria, a light, para empresas que querem pagar pouco. É um funcionário em formação."

Ele diz que "os clientes têm a ilusão de que é sempre o mesmo tradutor", mas isso depende da disponibilidade do profissional e do prazo.

A HBO também terceiriza a legendagem, mas mantém tradutores na empresa para casos especiais, como os de "True Blood" e "Hung", que tiveram os finais mais recentes exibidos simultaneamente nos EUA e aqui.

"São exemplos esporádicos", diz Gustavo Grossmann, vice-presidente e gerente-geral da HBO Latin America. "Acaba não sendo muito rentável financeiramente acelerar muito o processo de estreia."

 

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