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18/12/2010 - 09h03

Coleção reúne "literatura" de até 140 caracteres do Twitter

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ROBERTO KAZ
DE SÃO PAULO

O cidadão que trabalha, vive ou visita uma capital brasileira há de deparar, em algum momento, com algo que tenha o dedo empresarial de Eike Batista.

O motorista que abastece o carro em um posto de gasolina, em Belo Horizonte, pode estar consumindo petróleo de Eike Batista. O empreiteiro que constrói um edifício na Vila Nova Conceição, em São Paulo, pode estar usando aço de Eike Batista. O pedestre que caminha na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, estará ladeado de águas despoluídas por Eike Batista.

O que o brasileiro não esperava era adentrar uma livraria e dar de cara, entre Machado de Assis (1839-1908) e Fiódor Dostoievski (1821-1881), com um livro assinado por Eike Batista. Isso, até a última quarta-feira, 15 de dezembro, data do lançamento da série "Clássicos da Twitteratura Brasileira".

A coleção, publicada pela Suzano Papel e Celulose, agrupou 15 tuiteiros, em uma lista que inclui, além do empresário, o cantor Leo Jaime, o psicanalista Flávio Gikovate e o poeta Fabrício Carpinejar, entre outros. Cada um foi agraciado com um livro próprio, de 24 páginas, contendo 20 tweets.

Assim, o leitor pode escolher entre um ensinamento de Eike Batista ("Quer ser diferente? Tem que trabalhar diferente. Tem que suar a camisa, sim!"), uma alfinetada de Felipe Neto ("Tô me sentindo feliz... Vou dizer que amo todos vocês no próximo tweet."), uma delicadeza de Fabrício Carpinejar ("Passamos a amar quando telefonamos para ficar em silêncio."), ou um desabafo de Hugo Gloss ("BOM DIA dedo mindinho! Qual sua função na vida além de bater na quina das coisas? Vamos ser + produtivos? Obrigado!").

Adriano Canela, gerente executivo de estratégia e marketing da Suzano, diz que a ideia da série foi mostrar que frases do Twitter, de 140 caracteres, ganham um brilho especial se impressas em papel de livro. "Fala-se muito sobre a ameaça do mundo digital, sobre o fim da palavra impressa. Mas esses dois meios o papel e a tela do computador podem ser complementares", apontou.

Para formar a lista de tuiteiros, Canela definiu quatro temas (humor, autoajuda, relacionamento e opinião) e contratou os publicitários Paulo Lemos, Daniela Ribeiro e Rodrigo Zannin, da agência Santa Clara, para levantar nomes que se encaixassem nessa lista.

Editoria de Arte/Folhapress

DEDICAÇÃO

Paulo Lemos, da Santa Clara, diz que buscou frases atemporais, pouco atreladas a eventos específicos. "Decidimos também não publicar autores 'fakes' [aqueles que, em chacota, se fazem passar por celebridades]. Por isso não escolhemos o Victor Fasano, que é um clássico da internet", contou.

Lemos diz que o número de seguidores não foi um fator determinante na escolha: "Publicamos o Felipe Neto, que tem 900 mil seguidores. Mas também fizemos um livro do Alexandre Rosas (o @alelex88), que, embora seguido por menos de 5.000 pessoas, é importante em ditar tendências". O processo, da elaboração à publicação dos livros, durou dois meses.

Adriano Canela, da Suzano, diz ter se surpreendido ao conhecer os autores.

"Eu, como acontece nas relações virtuais, nunca tinha visto os tuiteiros pessoalmente. Mas percebi que a maioria se dedica com afinco a isso. Para eles, não é apenas uma aventura."

CLÁSSICOS DA TWITTERATURA BRASILEIRA
AUTOR Eike Batista, Fabrício Carpinejar, Xico Sá, Silvio Lach, Flávio Gikovate, Leo Jaime, Felipe Neto e outros
EDITORA Suzano Papel e Celulose
QUANTO R$ 5 cada exemplar (24 págs.), na Livraria da Vila

 

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