Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/02/2011 - 07h29

LCD Soundsystem vem a São Paulo e prepara seu funeral

Publicidade

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

"Se alguma coisa puder dar errado, dará", diz a lei de Murphy. A exceção que confirma a regra é homônima à lei: James Murphy, do LCD Soundsystem.

Murphy e sua banda estão entre os mais importantes e influentes na música feita na última década. Junto à gravadora DFA, fundada por ele e outros dois amigos (Tim Goldsworthy e Jonathan Galkin) há 10 anos, ele mudou a cena noturna de Nova York e influenciou toda uma geração de músicos.

Porém, antes que algo desse errado --como prevê a lei--, alegando que está com sensação de dever cumprido, o músico decretou no ano passado o fim. Antes, deu aos fãs um último presente: o disco "This Is Happening".

"Eu sinto que é uma boa hora de parar. A única coisa que me deixaria mais realizado seria se fossemos maiores. Mas o preço em tempo é muito alto", disse Murphy à revista "Clash" em dezembro.

Entre bocejos, em entrevista por telefone que aconteceu às 8h da manhã, a tecladista Nancy Whang falou à Folha sobre o fim.

"Foi uma decisão do James. É muito triste, vamos continuar fazendo música, mas turnês não. É cansativo e toma muito tempo. Sempre falamos: 'Ah, não seria ótimo se pudéssemos fazer isso ou aquilo?'", disse.

Na ocasião, a banda estava na Austrália para shows em seis cidades diferentes. A entrevista era sobre os shows aqui, alguns dos últimos. Desta vez, a terceira no país, a banda passa por três cidades brasileiras: São Paulo, Rio e Porto Alegre.

O último show será em 2 de abril no Madison Square Garden, em Nova York, terá três horas de duração e foi descrito pela banda como um "funeral". Em SP, no dia 18, serão duas horas e 15 minutos.

"Acabou. Eu e Pat [Mahoney] seguimos discotecando. O resto, não sei", diz Whang.

Renato Stockler-14.mai.2006/Folhapress
O cantor James Murphy, vocalista do LCD Soundsystem, durante apresentação no Skol Beats, em São Paulo, em 2006
O cantor James Murphy, vocalista do LCD Soundsystem, durante apresentação no Skol Beats, em SP, em 2006

INFLUÊNCIA

Nos anos 1990, quando o prefeito de Nova York Rudolph Giuliani "limpou" as ruas da cidade, desapareceram os clubes que movimentavam a cultura local.

Em 2001, exatamente no fim do mandato de Giuliani, a DFA mudou tudo com o dance-punk e passou a ser uma das gravadoras mais influentes dos anos 2000.

A banda californiana!!! (pronuncia-se "chk chk chk") provoca em "Me and Giuliani Down by the School Yard", de 2003: "Eu queria saber se Giuli sabe dançar".

Quatro anos depois, Murphy exalta a volta da dance music em "All My Friends". "Se o sol raiar e eu ainda não quiser ir pra casa, então será a memória dos nossos melhores [amigos] nos mantendo em pé".

A banda pode acabar, sem lei de Murphy, mas esse Murphy tem certeza de que conseguiu mudar a música à sua maneira.

Ouça trechos de músicas do LCD Soundsystem.

LCD Soundsystem

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página