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16/02/2011 - 13h40

Trabalho de Miranda July divide crítica no Festival de Berlim

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ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM

A nova empreitada cinematográfica da diretora, escritora e artista plástica Miranda July dividiu a plateia no Festival de Berlim.

"O Futuro", em competição pelo Urso de Ouro, traz de volta à tela os mesmos elementos do irresistível "Eu, Você e Todos Nós", que saiu de Cannes, em 2005, com a Caméra d'Or, prêmio concedido ao melhor filme de um diretor estreante.

Não à toa, era grande a expectativa em torno do novo filme de July, que já havia tido, em janeiro, uma sessão especial do festival de Sundance (EUA).

Divulgação
Miranda July e Hamish Linklater em cena de "The Futuro", que dividiu a crítica no Festival de Berlim
Miranda July e Hamish Linklater em cena de "O Futuro", que dividiu a crítica no Festival de Berlim

Mas, a julgar pelo quadro dos críticos publicado hoje pela revista "Screen", July desapontou muita gente.

Quatro dos sete críticos que votam no quadro da publicação, uma das mais influentes do mercado cinematográfico, deram apenas uma estrela --ou seja, ruim-- para o filme.

Mas, na outra ponta, houve quem, na mesma revista, considerasse o filme excelente (quatro estrelas) ou bom (três).

July, mais uma vez, surge na tela como protagonista de uma história que se deseja, a despeito de todas as estranhezas, modesta e afetuosa.

Em cena, está um casal que, no primeiro plano do filme, aparece sentado no sofá, cada um com seu lap-top no colo.

A ação é desencadeada quando os dois decidem adotar um gato com o nobre propósito de cuidar dele até o resto da vida.

A mistura de tristeza e humor, de vida-como-ela-é com surrealismo não é, de fato, para todos os paladares. Mas ao meu, por exemplo, caiu muito bem.

A gata que é enquadrada com suas patas inquietas e, em voz over, diz que não vê hora de ver sua vida começar, é delicada metáfora das vidas eternamente à espera. À espera do romance ideal que o futuro trará, do emprego incrível que o futuro providenciará. E enquanto o futuro não vem, vive-se como se tudo fosse passageiro, superficial.

"O Futuro", de July, reproduz, de modo crítico e criativo, a linguagem do superficial.

 

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