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Arquivo digital da Folha tem 100 mil visitantes na 1ª semana
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DE SÃO PAULO
Termômetro das novidades na era digital, o Twitter deu o sinal. "Olha que coisa bacana: A Folha de S.Paulo disponibilizou na internet todas suas edições desde 1921", escreveu um tuiteiro.
"Comecei e parei pq senão seria demitido por não trabalhar", brincou outro, retuitando o comentário: "Lendo jornais velhos do Acervo Folha desde as 9h".
"O que acontecia no mundo no dia que eu nasci", tuitaram dezenas, juntando ao comentário um link para a capa do jornal naquele dia.
Até ontem de manhã eram 600 comentários na rede de microblogs, mais de cem por dia, sobre o Acervo Folha. Desde sábado passado, quando o jornal fez 90 anos, o serviço dá acesso público na internet a cerca de 1,8 milhão de páginas da "Folha da Noite", da "Folha da Manhã" e da Folha de S.Paulo desde 1921.
É o primeiro grande jornal brasileiro a digitalizar integralmente o seu acervo e colocá-lo ao alcance do leitor.
Num primeiro momento, o serviço é aberto a todos. Depois, será gratuito para assinantes do jornal, e os demais leitores terão de pagar.
"Essa digitalização do acervo da Folha vai me ajudar demais em projetos aqui da MSP. Yessss!", festejou, também no Twitter, o jornalista Sidney Gusman, responsável pelo planejamento editorial da MSP, ou Mauricio de Sousa Produções, do criador da Turma da Mônica.
Entrevistado, Gusman disse que agora pretende recuperar mais de mil tiras perdidas do artista. "Vou poder publicar em livro e, finalmente, deixar o acervo do Mauricio completo. É uma iniciativa absolutamente maravilhosa."
Em artigos no site Observatório da Imprensa, os jornalistas Alberto Dines e Eugenio Bucci saudaram a novidade.
"A grande mídia brasileira parece assim disposta a reencontrar a sua vocação como agente do interesse público", analisou Dines.
"Aqueles jornais que tinham ido embrulhar peixe e forrar gaiola de passarinho, aqueles jornais que forravam a cama de Noel Rosa, que acendiam lareira em Campos do Jordão, todos aqueles jornais defuntos voltaram a viver", escreveu Bucci.
Em entrevista, Bucci, que é professor de jornalismo, completou: "É como se você derrubasse pedágios que cercam o acesso aos acervos culturais".
Para o historiador Pedro Puntoni, diretor da Biblioteca Mindlin e coordenador da Brasiliana USP (Universidade de São Paulo), o Acervo Folha "é um presente para os historiadores e para os interessados no nosso passado e um marco na construção da cultura digital no Brasil".
Reprodução | ||
Reprodução de capas da Folha; à esquerda, falando sobre eleição de Obama e, à dir., sobre a eleição de Dilma |
ACESSOS
Num cálculo conservador, o endereço recebeu mais de 100 mil visitantes únicos na primeira semana, período em que houve mais de 1 milhão de "page views".
O tempo médio de navegação é de dez minutos e, a cada acesso, o leitor navega por 11 páginas em média.
O serviço já foi acessado em 75 países. No Brasil, recebeu visitas de 550 cidades.
Os anos mais pesquisados são 2011, 1960, 1964 e 1994.
Segundo a diretora-executiva da Folha.com, Ana Busch, logo no primeiro dia do serviço o jornal dobrou a capacidade de seus servidores, para atender à demanda e aprimorar a navegação.
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