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Exposição apresenta riqueza dos antigos mosaicos palestinos
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DANIELA BRIK
DA EFE, EM ABU DIS
Uma exposição de reproduções de mosaicos da Terra Santa de diferentes períodos exibe a riqueza artística e arqueológica destes vestígios únicos encontrados na antiga Palestina.
A mostra, inaugurada esta semana, é formada por dez reproduções de mosaicos antigos, que serão expostos durante duas semanas no campus principal da Universidade Al Quds, em Abu Dis, próxima a Jerusalém.
"Queremos transmitir a mensagem, especialmente aos moradores, de quão ricos são os mosaicos de nosso patrimônio e para isso trazemos exemplos de diferentes períodos presentes na Terra Santa", declarou à Agência Efe o curador da exposição e diretor do Centro do Mosaico de Jericó, Osama Hamdan.
As reproduções evidenciam a beleza destas peças encontradas na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém, muitas das quais armazenadas atualmente em pinacotecas estrangeiras, inclusive o Museu de Israel.
Os mosaicos decoravam pisos, paredes e absides de igrejas, mesquitas, palácios, casas de ricos notáveis e importantes santuários como o Domo da Rocha, erguido em 691 na época do Califado de Abd al-Malik ibn Marwan.
"Achamos que nosso trabalho pode ser uma ponte para a paz e para a superação de diferenças culturais e religiosas, porque os mesmos temas que encontramos em mosaicos de igrejas, vemos também em mesquitas e palácios islâmicos", afirmou o curador.
Através dos mosaicos, é possível apreciar a evolução de uma arte que os romanos empregavam para representar cenas mitológicas, enquanto os primeiros cristãos retratavam aves e plantas da área e os muçulmanos optavam por coloridos ornamentos vegetais, temas geométricos e complexas filigranas.
A exposição conta com o patrocínio do Ministério do Turismo palestino, o Centro do Mosaico de Jericó, a Universidade Al Quds e a Associação Italiana pró-Terra Santa, e foi possível graças a uma doação de US$ 71 mil da União Europeia como parte do programa de atividades culturais na Palestina.
Uma das obras mais significativas da mostra é uma reprodução do mosaico Shellal, pertencente a uma igreja bizantina do século VII, descoberto em 1917 no decorrer da Primeira Guerra Mundial.
Militares australianos levaram a peça a Camberra, onde foi apresentada em 1918 como um troféu de guerra e atualmente faz parte da coleção do Museu Memorial da Guerra na capital australiana.
Outro exemplo é uma peça bizantina que faz parte da Igreja da Natividade de Belém, berço do cristianismo e centro de peregrinação.
"O mosaico é uma arte que esteve presente na Terra Santa durante um período muito longo e desapareceu nos últimos séculos", ressaltou o especialista, que lidera uma equipe que tenta resgatar esta arte milenar para devolvê-la à população.
Apesar da sociedade palestina não estar muito familiarizada com esta técnica decorativa, o Centro do Mosaico de Jericó desenvolveu nos últimos anos um intenso trabalho para formar restauradores a fim de proteger e divulgar esse patrimônio. Hamdan quer ir além e com o mosaico tentar estimular a mudança social por meio da cultura.
"Podemos mudar a mentalidade e o gosto das pessoas, porque quando a população vê coisas belas tem mais esperança na vida, e se tudo todo o que vê é ruim, logo se transformarão em pessimistas", conclui.
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