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30/05/2011 - 23h00

Dono do Cine Belas Artes é o novo diretor do MIS em SP

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MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

O coordenador de Fomento e Difusão da Produção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de SP e ex-proprietário do Cine Belas Artes, André Sturm, foi escolhido como novo diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS) em assembléia do Conselho Administrativo da Organização Social responsável pela instituição, realizada nesta segunda-feira (30). A informação foi dada pelo secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo. A ata da assembleia deve ser publicada amanhã.

"Vamos ampliar a abrangência do MIS mantendo-o na vanguarda", comemorou Matarazzo. O secretário havia indicado Sturm para o posto e vinha, nos últimos meses, cobrando da OS mudanças nas diretrizes do museu. "O MIS não pode ser tão hermético. Vamos abrir espaço ao debate das mídias tradicionais. Não se pode disponibilizar a verba de R$ 12 milhões por ano para um público de apenas 80 mil pessoas", disse.

Sturm substitui Daniela Bousso na diretoria executivo. E Jacques Kann substitui Selim Harari como diretor administrativo-financeiro. Otimista, Sturm pretende ampliar o alcance das atividades do museu. "Vamos incentivar o cinema e a produção fotográfica contemporânea. Transformar o MIS novamente em referência no panorama cultural de São Paulo", disse o novo diretor.

Carlos Cecconello/Folhapress
André Sturm
O ex-proprietário do Cine Belas Artes André Sturm, que foi escolhido como o novo diretor do MIS, em São Paulo

CRÍTICAS

A indicação de Sturm não é consenso. Uma petição pública com adesão de mais de 600 pessoas entre artistas, gestores culturais, acadêmicos e estudantes circula na internet desde a semana passada. A entrada de Sturm é vista por este grupo como uma intervenção do governo do Estado na gestão do MIS.

O pano de fundo desta discussão diz respeito ao foco nas novas mídias. Vinha sendo esta a diretriz da antiga diretoria. E os desentendimentos começam na própria definição do termo. Para Sturm, é a arte contemporânea que usa o audiovisual como meio de expressão. O novo diretor reconhece conquistas significativas na área --embora chame-a de "vanguarda da vanguarda"-- e garante sobrevida a esta atividade. Mas a ideia é ampliar o foco.

A pesquisadora e professora da PUC-SP Lucia Santaella, uma das signatárias da petição ao lado da artista plástica Regina Silveira, considera a destituição da antiga diretoria um retrocesso. "É a velha história. Quando muda um governo, a instituição fica ao sabor dos humores do novo secretário. O projeto anterior merecia continuidade", diz.

Para a professora, o trabalho com novas mídias tem outro significado: "Tanta ignorância até me irrita. 'Novas mídias' é o que aconteceu com todas as linguagens depois do computador. É a mídia digital que vem depois da mídia de massa. E hoje vanguarda é trabalhar com isso", diz. "O MIS sempre foi de vanguarda. Foi o primeiro museu a abrigar uma exposição de holografia, por exemplo. A destituição de Daniela significa um retrocesso", lamenta Santaella.

 

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