Osklen e Ashton Kutcher encerram o terceiro dia de desfiles do SPFW

Com declarações feitas à coluna Última Moda da Folha, na semana passada, que "não havia modelos [negros] experientes para botarmos na nossa passarela", Oskar Metsavaht se tornou um dos epicentros da discussão sobre cotas raciais, racismo e a presença de negros nas passarelas do SPFW. Ele apresentou, nesta quarta-feira, 15, sua coleção de verão 2012 intitulada "Royal Black" em homenagem à cultura negra brasileira. E o que se viu na passarela passa por um olhar sobre os capoeiristas e as baianas sob o signo da Osklen.

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O estilista disse, em entrevista à Folha em seu backstage, minutos antes de começar, que a presença do negro está "muito mais nas roupas que no casting". Apesar do estilo autoral pesado da marca se impor a todo instante, em alguns momentos era capaz de perceber uma certa roupa originária dos escravos ou a camisa de linha dos pescadores --estes últimos, inspirados nas fotografias feitas pelo francês Pierre Verger nos anos 1940, na Bahia, um dos fios condutores da imagem produzida pela marca--, claro que tudo reatualizado em tricô com fio de metal e em tricô de ráfia e palha de seda.

Já a Colcci, pela sua incapacidade de produzir imagens fortes, consegue resolver esse problema com o paliativo de chamar personalidades em alta na mídia, seja ela a über model Gisele que durante anos foi o rosto da marca ou agora a dupla Alessandra Ambrósio e Ashton Kutcher.

O galã americano dessa vez desfilou, fez uma entrada apenas e sentou na primeira fila e, é lógico, recebeu os gritinhos das fãs. Mas foi o suficiente para que a platéia esquecesse as roupas que ficariam muito melhor em um show room que numa passarela.

	Rodrigo Capote/Folhapress
	Ator Ashton Kutcher e a top brasileira Alessandra Ambrósio participam do desfile da grife Colcci na SPFW