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04/09/2011 - 22h02

Em debate na Bienal, antropólgo questiona ação das UPPs

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LUIZA SOUTO
DO RIO

O antropólogo Luiz Eduardo Soares e o jornalista Zuenir Ventura encerraram as atividades deste domingo (4) do Café Literário, na Bienal do Livro, no Rio, com muitas críticas à polícia. Eles participaram do debate "O Brasil pode ser mais legal?". Tema ainda polêmico, a legalização da maconha causou divergência entre os dois.

"Vejo nisso uma série de problemas. Não sei o que seria disso aqui. De repente viraria uma Disneylândia. Fico muito dividido em relação a isso. Se a solução é essa não sei se é factível", disse Ventura.

"Sou favorável por várias razões. Na metade dos anos 1990 tínhamos 160 mil presos. Hoje temos 500 mil. A nossa taxa de crescimento é a maior do mundo. E os que estão sendo presos em número crescente são os que trabalham no comércio das drogas. São jovens que não praticaram violência. Não me parece que esse caminho seja aceitável, o de encarcerar quem não é violento", defendeu Soares.

O antropólogo ainda questionou as ações das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), criadas em 2008 pelo Governo do Estado e que ocupa hoje 18 comunidades da cidade.

"Precisamos mudar profundamente a polícia. Não adianta UPP se a polícia é responsável por 25% de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) só no Estado do Rio", disse, lembrando os casos da juíza Patrícia Acioli, assassinada no último dia 12, na porta de casa, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e o do menino Juan, supostamente morto por policiais em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em junho.

Ventura também vê o projeto da UPP com desconfiança.

"Após a ocupação no Alemão (zona norte carioca) eu fui ao morro e perguntei para um morador se ele estava gostando daquilo tudo. Ele disse que sim, mas com um pé atrás e é essa sensação que eu tenho", revelou.

"A vida prossegue fora das UPPs, e a polícia continua entocada", completou Soares.

 

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