"Trabalhar Cansa" leva crítica social ao Festival de Brasília

Depois de passar por Cannes e pelo Festival de Paulínia e prestes a estrear no circuito comercial, nesta sexta-feira (30), "Trabalhar Cansa", de Marco Dutra e Juliana Rojas, foi o filme exibido ontem à noite na competição de longas-metragens do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Misturando drama de crítica social com elementos fantásticos, o filme flerta com o gênero do terror para contar uma história aparentemente simples: após ver o marido perder o emprego, uma dona de casa de classe média resolve levar adiante a ideia de montar um mercado de bairro.

	Divulgação
	A atriz Helena Albergaria e o ator Marat Descartes em cena do filme "Trabalhar Cansa"

As incertezas quanto ao futuro do negócio, a desconfiança com os funcionários e o desconforto em relação ao desemprego do marido levam a uma transformação dos dois protagonistas, vividos por Helena Albergaria e Marat Descartes.

A tensão gerada por tudo isso ganha alegoria no local escolhido para o comércio, que detém um mistério.

"O suspense e o terror surgiram como ferramentas narrativas. Seria completamente diferente o tipo de reflexão que o filme geraria se ele fosse puramente naturalista. Fazer essa transformação [da personagem] com essa virada para o elemento fantástico faz com que o espectador reflita sobre ele de outra forma", afirmou Rojas em debate realizado na manhã desta quinta (29) dentro da programação do evento.

Feito com R$ 2,4 milhões, o filme foi bem recebido pelo público do Festival e é o primeiro longa da dupla de diretores, que já tinham feito juntos os curtas "As Sombras", "O Lençol Branco" e "Um Ramo".