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30/09/2011 - 23h30

"A preguiça é uma oposição à ordem", diz crítico

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DE SÃO PAULO

"A preguiça é uma oposição à ordem", definiu o crítico de arte e arquitetura Guilherme Wisnik durante palestra na noite desta sexta (30), no ciclo "Mutações - Elogio à Preguiça", que acontece no Sesc Vila Mariana, em São Paulo.

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Durante a conversa, o crítico analisou a relação entre preguiça, arquitetura, urbanismo e artes plásticas.

Segundo ele, a ideia de preguiça nos leva a pensar a cidade de uma forma lúdica. "De certa forma, atua contra a noção de ordem que vem da arquitetura."

Ao longo de sua fala, Wisnik comentou a oposição entre as noções de ócio e de produtividade, do período da Revolução Industrial (meados do século 18) aos dias de hoje.

"A ideia de preguiça se opõe ao pragmatismo do capitalismo, da finalidade como um fim, que era uma herança do Iluminismo."

Adriano Vizoni/Folhapress
Guilherme Wisnik fala sobre preguiça no Sesc Vila Mariana
Guilherme Wisnik fala sobre preguiça no Sesc Vila Mariana

Wisnik explicou que as vanguardas artísticas do início do século 20, como o dadaísmo, propunham o ludismo e a preguiça como formas de libertar o homem "da lógica da funcionalidade e do racionalismo".

A partir da década de 1960, os movimentos da contracultura iriam incorporar essas teorias. As revoltas de Maio de 68, em Paris, foram um exemplo. Não por acaso, explicou Wisnik, alguns dos lemas dos manifestantes da época eram "a beleza está nas ruas", 'não trabalhar jamais" e "a imaginação no poder".

Por fim, o crítico analisou como o tema se manifesta no trabalho de Hélio Oiticica (1937-1980).

O artista plástico usava o termo "crelazer" para expressar a importância do ócio na criação e na integração do público à obra de arte.

 

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