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14/10/2011 - 07h45

Diretora francesa narra amizade nascida a partir de doença rara

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AMANDA QUEIRÓS
DE SÃO PAULO

A diretora francesa Delphine Gleize, 38, detesta os filmes que parecem obrigar o espectador a chorar. É por isso que o seu "A Criança da Meia-Noite", que estreia hoje no Brasil, tenta ser mais do que a história dolorosa de um menino com uma doença incurável.

"A ideia era contar uma história de amor particular. Um dia duas pessoas têm um encontro e esse é o ponto de partida de uma história de amizade muito forte. A doença é apenas o mote do encontro", afirmou ela à Folha, na última segunda, durante sua passagem por São Paulo para a pré-estreia do filme.

A trama narra a tragédia pessoal de Romain (Quentin Challal), pré-adolescente de 12 anos que padece de um mal raro: ele não pode se expor nunca à luz do sol sob o risco de desenvolver tumores muito agressivos. O garoto vê em seu médico, David (Vincent Lindon), a figura paterna que perdeu quando foi abandonado ainda bebê com a mãe. Já David, que esqueceu a vida privada em prol de sua carreira no hospital, vê-se também emocionalmente ligado ao menino e sofre quando recebe uma proposta de emprego que o levará para fora da França.

Divulgação
Cena do longa "A Criança da Meia-Noite"
Cena do longa "A Criança da Meia-Noite", de diretora francesa Delphine Gleize

"Queria que esse homem fosse uma montanha bastante sólida que vai se partindo em pequenos pedaços. O que me interessa mais é contar a fragilidade de um corpo muito forte, e não de mostrar a fragilidade de alguém que já é frágil, como no caso da criança", afirmou. Lindon é mais conhecido do público brasileiro por sua atuação em "Bem-Vindo" (2009), de Philippe Lioret.

Já o papel do garoto, que havia sido pensado para o sobrinho da diretora, foi para o jovem Challal. Ela descreve o personagem como uma mistura entre Mogli e "O Garoto Selvagem", de Truffaut, por conta da "força selvagem" que está contida no seu dia a dia devido à doença.

"Ele é uma criança que deve viver sua vida adulta antes de sua adolescência porque não sabe se irá chegar até lá. Ele viverá sua adolescência mais tarde somente se puder", disse ela.

A amizade com o médico é justamente o que filtra essa força, canalizada para a conquista da primeira namorada ou do ato de fazer a barba pela primeira vez.

Este é o terceiro longa-metragem de ficção de Gleize, que também atua como roteirista de todos os seus filmes. Antes, fez "O Homem que Sonhava ser uma Criança" (2006) e "Estranhas Ligações" (2002), com o qual venceu o prêmio da juventude no Festival de Cannes.

 

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