CRISTINA FIBE
de Nova York

No 12º andar de um prédio sem luxos no Upper West Side, em Manhattan, Nova York, um senhor de meias bicolores espia o elevador, porta entreaberta, à espera da reportagem.

Sozinho, Philip Roth, 77, recebe a Folha com um único pedido: não ser fotografado enquanto conversa. Pergunta que livro dele está sendo lançado no Brasil --"A Humilhação", e diz que precisa de um momento para se lembrar deste.

Desde que a sua 30ª obra foi lançada nos EUA, em meados de 2009, Roth já escreveu outra, "Nemesis", que chega às livrarias em outubro.

O livro completa a série de quatro romances curtos da qual faz parte "A Humilhação". Para Roth, eles não se ligam "de maneira óbvia", mas "giram em torno de uma ameaça".

No livro que sai no Brasil, a ameaça é a perda do talento de um ator que não consegue mais subir ao palco. Ele envelhece sem exercer o ofício, com medo da morte e da solidão.

Conhecido por espelhar os personagens em si mesmo, Roth falou sobre os amigos que perdeu, a família que nunca construiu e o "desespero terrível" que é sentir "a ausência do talento".

Gilberto Tadday/Folha Imagem
O escritor americano Philip Roth, em seu apartamento, no bairro de Upper West Side, em Manhattan; autor de "A Humilhação"
O escritor americano Philip Roth, autor de 'A Humilhação', em seu apartamento no Upper West Side, em Manhattan

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

PHILIP ROTH - Que livro está saindo no Brasil?
FOLHA - "A Humilhação".
PHILIP ROTH - "A Humilhação"? Ok.

FOLHA - É estranho voltar a ele depois de ter escrito outro livro?
ROTH - Não é tanto que é estranho, é que me esqueço. Não me lembro dos problemas que tive quando estava escrevendo, e preciso pensar por um momento sobre o que está nesse livro. Tenho outro livro saindo dentro de alguns meses, "Nemesis", mais um romance curto.

FOLHA - E ele completa os quatro livros...
ROTH - Que estão juntos, sim.

FOLHA - Como eles se ligam?
ROTH - Eles não se ligam de maneira óbvia, não têm as mesmas pessoas, o mesmo lugar, a mesma época. Mas todos giram em torno de uma ameaça. "Nemesis", que está saindo [em outubro, nos EUA], gira em torno da epidemia de pólio de 1944; "A Humilhação", da perda do talento; em "Indignação", há a guerra iminente ao fundo, o tempo todo, e finalmente ele é assassinado; em "Homem Comum", é o corpo humano, a saúde dele, e sua morte.
Em cada livro há uma ameaça iminente sobre o personagem e sobre o livro. Por isso pensei neles juntos. Estou pensando em uma coisa só, de várias maneiras.

FOLHA - Em "A Humilhação", o protagonista é muito deprimido, desesperançoso. Quanto de você há no personagem?
ROTH - Tive a minha inspiração ouvindo a história de um ator britânico chamado Ralph Richardson, contemporâneo de [Laurence] Olivier e John Gielgud. Eram todos homens nascidos por volta de 1900, 1910. Eram grandes atores, e todos tiveram carreiras longas. Richardson era o mais excêntrico deles, como ator, e também o mais interessante. Em determinado ponto de sua carreira, ele não conseguia encontrar o seu talento. E ele disse às pessoas "Perdi meu talento. Se alguém encontrá-lo, tem as minhas iniciais nele, favor devolver, possui valor sentimental". (risos)
Não sei por quanto tempo ele perdeu o talento, não sei quão desesperado ele estava. Mas tive que imaginar a partir disso, então comecei com "Ele havia perdido sua mágica" [frase inicial do livro], e depois imaginei como seria ser privado do seu talento. O que você faria?
No livro, ele tenta várias vezes atuar apesar da perda do talento, mas não consegue. E então vira um ermitão, deprimido, não pode ser encorajado de volta aos palcos por seu empresário, e pensa em suicídio. Mas não tenta cometer suicídio até ter outro golpe. Com um só, ele é suicida nos pensamentos. E então chega a garota, aí sim... Minha memória voltou.

FOLHA - E quanto de você há no livro?
ROTH - No fato de eu mesmo ter um talento. Sei o que é quando o seu talento parece ausente.

FOLHA - Sabe?
ROTH - É claro que sim. Nunca senti isso de forma prolongada, acho que no máximo por um ano. Mas ao longo de vários períodos. Não acho que exista um escritor na Terra que nunca tenha sentido isso. E dá um desespero terrível, uma tristeza, uma sensação de não valer nada. E medo, medo de "nunca mais terei ele de volta".
Pude entender o que se passava com ele. É um talento diferente, um outro tipo de performance, mas eu também preciso interpretar. E houve momentos em que eu não conseguia.

FOLHA - Há quanto tempo você teve esse tipo de crise pela última vez?
ROTH - Nesta manhã (risos). Tenho tido uma boa jornada nos últimos 10, 15 anos. Isso me aconteceu nos anos 70, nos anos 60. Escrevi livros a cada dois anos, às vezes com mais frequência, durante toda a minha carreira. À exceção de um período entre 1962 e 1967, quando tinha 30 anos. Não conseguia escrever.

FOLHA - Por causa da pressão do sucesso?
ROTH - Eu havia escrito os meus dois primeiros livros. Não sentia a pressão do sucesso, porque o ele era modesto. Mas não sabia que tipo de escritor eu era. Havia escrito um livro, que era de um tipo, "Adeus, Columbus" [1959], depois outro tipo de livro, "Letting Go" [1962], e depois não sabia o que eu era, que tipo de livros deveria escrever. O que é outra maneira de dizer que você não sabe que talento possui, não consegue localizá-lo. Estava perdido. Fiquei perdido por uns quatro anos, e no quinto escrevi um livro. Mas esses quatro anos foram tempos ruins, caminhei muito.

FOLHA - Como você se define naquela época, como autor, e hoje?
ROTH - Meus joelhos não doíam tanto (risos). Estava começando. Publiquei o meu primeiro livro em 1959. Tinha 26 anos. Nos primeiros dez anos, é um aprendizado, você está ensinando a si próprio. Não tem um professor, mas ensina a si mesmo que tipo de autor é.
É muito difícil para mim ler os livros desses dez primeiros anos. Eles me parecem, às vezes, muito mal escritos, óbvios em alguns aspectos. Não me sinto mais assim. Tenho confiança quando trabalho.
Quando estava começando, como poderia saber se realmente seria escritor?

FOLHA - Você volta aos seus livros para relê-los?
ROTH - Não. Raramente os leio. Algo pode acontecer que me faça lê-los, alguém pode escrever algo sobre os meus livros que desperte o meu interesse em um deles. Mas não costumo voltar. Nos velhos tempos, eu colocava o último livro na mesa comigo. Então, quando me sentava para escrever um novo livro, podia abrir a última página e dizer 'posso fazer isso'. Era o que me assegurava. Já não faço mais isso, talvez devesse.

FOLHA - O quanto leva a sério as críticas que recebe?
ROTH - Se for escrita por alguém com credenciais e cérebro, levo a sério. Mas isso é no máximo 10%, talvez 5% das críticas.

FOLHA - Isso nos EUA?
ROTH - Nos EUA. Não consigo ler as outras, só aqui e na Inglaterra. Não sei quem odiar no Brasil (risos). Centro-me no que acontece aqui. Se é alguém de alguma distinção, eu leio. Temos duas ou três pessoas assim no país, não mais. Já foi melhor, havia meia dúzia, mas todos morreram. E eu leio, mesmo se for um ataque a mim, sinto que tenho que fazê-lo. Machuca.

FOLHA - Machuca?
ROTH - Ah, sim... Quando comecei, tinha a pele fina. Hoje, não tenho pele nenhuma. Então tento ficar longe disso tanto quanto conseguir. Na maioria das vezes, não leio. Não compro o jornal naquele domingo, não procuro na internet, não vejo a "Newsweek", a "Time", nenhuma dessas coisas. Não há por quê. Já escrevi o livro, e geralmente sei o que há de errado com ele. Em todo livro, se não há algo errado, há uma limitação. Luto contra as limitações quando escrevo, às vezes consigo superá-las, às vezes, não. Sei o que está faltando.

FOLHA - "A Humilhação" recebeu algumas críticas bastante agressivas por aqui.
ROTH - Negativas.

FOLHA - Negativas.
ROTH - Você vai vir do Brasil para me dizer isso? (risos)

FOLHA - Eu só queria saber se, olhando para isso hoje, você sente que havia algo errado com o livro ou que foi uma injustiça.
ROTH - Eu acho que ["A Humilhação"] é forte. Há dez anos, decidi ver se conseguiria escrever romances curtos, de cerca de 150, 200 páginas. Pensei, como você faz isso? Acostumei-me à amplificação de um romance, à densidade. Como atingir esse efeito em 150 páginas?
Comecei com "Homem Comum" e quis continuar. Agora, acho que é isso, fiz tudo o que queria com esses quatro.

FOLHA - Voltando aos temas do livro... Então Simon Axler [protagonista de "A Humilhação"] não é você, mas lida com questões com as quais, imagino, você está lidando.
ROTH - Sim, essa é uma boa maneira de colocar.

FOLHA - O livro é centrado no envelhecimento, na morte. São temas que te preocupam?
ROTH - São incômodos. Por uma razão simples: nos últimos dois anos, seis dos meus amigos mais próximos morreram. Você tem que somar a isso o fator idade. Você pode ainda estar aqui e envelhecendo, mas os meus amigos que eram cinco, dez anos mais velhos do que eu, que tive a minha vida inteira --quando tinha 30, eles tinham 40, e éramos todos amigos. Quando cheguei aos 75, eles tinham 90, ou estavam mortos.
Isso atordoa. É assombroso perder pessoas próximas. Nem preciso dizer que a morte de um pai, uma mãe ou um irmão é a coisa mais forte. Mas a morte de amigos é forte, porque, por mais ingênuo que pareça, você não a espera. São seus amigos. Você os vê envelhecer, sabe que têm problemas, mas eles foram tão fortes ao longo da vida, sendo mais velhos que você, que os associa à força. Não com o desaparecimento.
Esse é um aspecto. Escrevi "Homem Comum" pensando nisso, nas mortes dos amigos. Onde eu moro, em Connecticut, eu tinha seis amigos, e todos se foram. Não tenho ninguém para dar uma volta, para ligar e chamar para almoçar.
A outra coisa é que você pode somar e subtrair. Se o seu amigo morre aos 83, e você tem 77, você fica de pé ao lado do túmulo subtraindo e adicionando. "Tenho seis anos, o que farei com eles?" O que você faz quando tem seis anos? Finalmente consegui tirar isso da minha cabeça. Me preocupava muito mais com a morte quando era jovem. Quando tinha uns 20 anos passei por uma fase ruim, preocupado com a morte, com medo, pânico dela. Nem podia pensar nisso. Hoje, não me permito fazer isso. Se vem à minha cabeça, como aconteceu ontem, quando pensei em alguém, e então pensei em mim, e pensei "esqueça". É muito amedrontador.

FOLHA - E o trabalho é uma maneira de tirar isso da cabeça?
ROTH - Tudo é um jeito de tirar isso da cabeça. Trabalhar em particular, mas fazer exercícios, ouvir música... Não é algo que esteja em minha mente o tempo inteiro, entra e sai. E, também, você começa a ter problemas de saúde. Quando as coisas vão mal, você tem que consertá-las. Chega um mês em que precisa ver o médico três vezes. Antes, eram três vezes em três anos.
Fisicamente, você não é o mesmo. Faço muito exercício, nado todos os dias, mas tenho dores que não tinha, não tenho a mesma agilidade.

FOLHA - No livro, Axler se sente só e chega a pensar em ter um filho, aos 65. Como é a sua família?
ROTH - Tive dois casamentos, um quando jovem, outro mais velho. Nunca tive uma família. O primeiro casamento, na época em que eu teria construído uma família, foi um pesadelo.
Os anos se passaram e, ou eu estava em um casamento ruim, ou livre, e assim queria continuar. E passei pela vida sem isso. Não sinto falta. Se eu tivesse tido e depois perdido, talvez sentisse.
A única família que tive foi aquela na qual cresci, e era uma ótima família. Sou o último, éramos quatro. Meu irmão morreu há um ano. Ele estava doente, mas é estranho ele não estar aqui. Era o irmão mais velho, então estava lá desde o início, o tempo todo.

FOLHA - Você é adepto da psicanálise ou de algum tipo de terapia?
ROTH - Anos atrás, quando saía do meu primeiro casamento, em 1962, aos 29, tive um psicanalista para me ajudar a superar aquilo sem matá-la. Ele precisava me impedir de pegar uma arma --não literalmente, mas você sabe o que eu quero dizer. Ele me ajudou a superar essa fase.

FOLHA - Uma vez você disse que, se começasse de novo, não seria escritor.
ROTH - É uma vida difícil. É difícil de um jeito particular, e é óbvio. Você precisa constantemente construir algo do nada, e coisas que convençam. O esforço é gigantesco. E a frustração é enorme. A ansiedade...
Seria uma coisa se acontecesse com um livro e não com os outros, mas acontece com cerca de 75% deles. Há alguns livros que são como dádivas, eles funcionam, não precisam da sua ansiedade, eles se escrevem. Mas a maior parte exige um esforço gigantesco, e eu não gostaria de fazer isso de novo.

FOLHA - O que você faria?
ROTH - Acho que seria um médico muito bom. Seria um maravilhoso antídoto a ser escritor, quando você se senta sozinho e passa seis, oito horas assim, o dia todo.
O médico entra na sala de espera e há seis pessoas olhando para ele ansiosamente, com tanta esperança, amor, crença. Ele pode até não merecer. Elas entram na sala, ele ouve suas queixas, diz o que está errado. E, se ele não souber, ninguém sabe. Você sente o sucesso a cada meia hora. Isso me parece muito bom.

FOLHA - Mas, se alguns autores têm o problema de nunca saber o que é o sucesso, não é o seu caso.
ROTH - Esse não é o tipo de sucesso sobre o qual falo. Certamente, tive um sucesso enorme. Mas quero dizer durante o dia de trabalho. Você faz algo e também se envolve com outra pessoa, ou uma família inteira, e suas habilidades humanas são testadas.
Mas, se eu tiver a chance de voltar mais uma vez, provavelmente vou escolher essa profissão besta de novo, quem dera não o fizesse...

FOLHA - E você já tem um e-reader?
ROTH - Estou comprando um. Já testei o de um amigo, um Kindle 6'', e fui à loja da Apple testar um iPad. Achei a coisa de tocar a tela tão sensível, não consigo controlar. Mas acho que isso você aprende. Talvez o Kindle 9'' seja melhor, é maior.

FOLHA - E o que está lendo? Lê autores novos?
ROTH - Não tenho um leitor eletrônico ainda, então estou lendo livros. E não leio novos autores. Conheço alguns, casualmente, mas não me interesso. Nos últimos três anos, talvez quatro, fiz um projeto de leitura, ando relendo os livros que li nos meus 20, 30 anos, quando li, na maior parte, os grandes livros.
E me parece uma lástima, com o tempo acabando, que eu não passe o meu tempo relendo esses livros, porque essencialmente é como se eu não os tivesse lido. Foi há tanto tempo, me lembro só vagamente, me lembro do impacto. Mas eu era jovem, e como seria lê-los hoje? É isso o que tenho feito. E é fascinante. Eles são ótimos, eu estava certo, todos estavam, e é uma experiência maravilhosa.

FOLHA - O que você acha que falta aos novos autores? O que o incomoda?
ROTH - Não lhes falta nada, e nada me incomoda. É uma questão do meu tempo, do que eu quero fazer com ele. Tenho um livro aí na sua frente, consegue ver? É o novo do Jonathan Franzen ["Freedom"], ele me mandou. Pode ser que seja muito, muito bom, mas eu não...

FOLHA - Não vai lê-lo?
ROTH - Acho que não. Talvez no meu e-reader (risos). Nem entendo como os escritores são pagos nessas coisas. Meu empresário tenta me explicar, eu digo "você cuida disso". É tudo tão novo, eu escrevo livros de um jeito por 40 anos, e agora há dez, ou cinco anos, existe uma nova maneira de publicar.

FOLHA - Li recentemente que fizeram uma entrevista de mentira com você.
ROTH - Essa será uma dessas? (risos)

FOLHA - Eu tenho o áudio para provar... O que aconteceu?
ROTH - Não foi só comigo, foi com umas 20 pessoas.

FOLHA - Essa foi a sua única entrevista falsa ou já deu outras?
ROTH - Não tenho ideia! Descobri isso porque uma mulher [Paola Zanuttini] do "La Repubblica", o jornal italiano, veio aqui me entrevistar.
Ela me perguntou "por que você é tão contrário ao Barack Obama?". Eu disse "não sou contra o Obama". Então ela me mostrou um xerox de um jornal chamado "Libero", e havia essas acusações ao Obama, feitas por mim, ao fim de uma longa entrevista comigo. E eu disse "nunca dei essa entrevista".
Não reconheci o nome do entrevistador, mas isso acontece, então liguei para o meu empresário, que guarda o histórico de quem quer que seja que me entreviste, para ver se o senhor [Tommaso] Debenedetti está na lista.
E ele me disse "você nunca foi entrevistado por essa pessoa, nem por um jornal chamado 'Libero'". E disse a ela, "isso é um insulto, é o oposto dos meus sentimentos por Obama, que eu acho maravilhoso".
Uma semana depois, comentei isso com um jornalista da "New Yorker". Ele respondeu "precisamos colocar isso na revista". "Por mim, tudo bem." Então descobriram cerca de 20 entrevistas com outras pessoas, John le Carré, Toni Morrison, Paul Auster... E eles disseram que nunca tinham ouvido falar desse cara.

FOLHA - Deve ser muito difícil inventar tantas entrevistas...
ROTH - Claro! E, por acaso, vi algumas dessas entrevistas, e a quantidade de pesquisa que ele fez para criar as respostas... Só que tinha a coisa anti-Obama, que era a chave para conseguir publicá-las. "Aqui estão todos esses autores contra o Obama, e ninguém sabe disso..." A maior parte das revistas italianas são do Berlusconi, que é contra o Obama, assim ele conseguiu publicá-las.
E então a Judith [Thurman] publicou a história na "New Yorker". Eles se falaram pelo telefone, e ele negou, disse "Roth está mentindo, e isso porque não quer atrapalhar as chances dele de ganhar o Prêmio Nobel, falando mal do Obama". Você pode imaginar? Ele disse que os outros autores estavam se juntando a mim para proteger a minha mentira.

FOLHA - Mesmo assim você decidiu não processá-lo. Por quê?
ROTH - Os jornais italianos todos repercutiram a história da "New Yorker". Então ganhei a verdade, por que me incomodar? Sairia muito caro.

FOLHA - E ele provavelmente já está sem emprego.
ROTH - Não sei... Na Itália, pode ser que façam dele um herói (risos).

FOLHA - Então o que está achando do governo Obama?
ROTH - Acho que o que faz está bem. Não espero mais do que isso, dado o que ele herdou, que foi monumental. E fez coisas incríveis.

A HUMILHAÇÃO
Autor: Philip Roth
Tradução: Paulo Henriques Britto
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 32 (104 págs.)